Para Eduardo Campos, provas de espionagem da Abin seriam "grande decepção"
O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), criticou nesta terça-feira (9) em Porto Alegre a atuação da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) no episódio de monitoramento de sindicalistas pernambucanos contrários à medida provisória 595, conhecida como MP dos Portos.
Um documento sigiloso obtido pelo jornal "O Estado de São Paulo" confirma que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência mobilizou a Abin para monitorar portuários e sindicatos contrários à MP dos Portos. O ofício desmente o general José Elito, ministro-chefe do GSI, que na semana passada chegou a chamar de "mentirosa" outra reportagem do jornal que revelava a ação da Abin no Porto de Suape (PE).
"Todos nós sabemos da importância da Abin, mas não queremos vê-la se desvirtuando suas funções e invadindo um campo que não é próprio da democracia. Se de fato invadiu o direito sindical, é preocupante. Não quero crer que vá até aí. Seria uma grande decepção esse tipo de transgressão por parte de um governo que nós apoiamos", afirmou Campos.
O governador teve um dia típico de campanha na visita que fez ao Rio Grande do Sul nesta terça-feira (9). O virtual candidato do PSB à Presidência foi recebido pelo governador Tarso Genro (PT) e pelo prefeito José Fortunati (PDT), reuniu-se com empresários, recebeu homenagens --entre elas a medalha do Mérito Farroupilha, mais alta distinção do parlamento gaúcho-- e testou a popularidade com os eleitores ao tomar café no tradicional Mercado Público de Porto Alegre.
Em uma reunião de quase uma hora com o prefeito pedetista José Fortunati, Campos trocou informações sobre experiências administrativas, especialmente os contratos de gestão, já aplicados em Pernambuco, brindou a hospitalidade com uma xícara de café e até tomou chimarrão, provocando risos na plateia de deputados e assessores.
O encontro do governador pernambucano com Tarso Genro, no início da manhã, durou menos de 20 minutos. Segundo Campos, o processo eleitoral de 2014 não esteve na pauta da reunião. Na semana passada, Tarso criticou publicamente a intenção de Campos ser candidato à Presidência chamando-a de “equívoco tático”.
"Falamos sobre a seca que tem assolado o Nordeste", desconversou Eduardo Campos. Tarso não falou com a imprensa sobre a reunião.
O governador pernambucano também almoçou com empresários na sede da Federasul (Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Sul) e voltou a criticar a condução da política econômica pelo governo. Aos empresários, afirmou que o país precisa alavancar novos investimentos públicos e privados para enfrentar a reorganização econômica mundial e avisou que a virtual candidatura à presidência não deverá desviar os socialistas de sua trajetória ideológica.
Aos empresários, voltou a afirmar que o país precisa alavancar novos investimentos públicos e privados para enfrentar a reorganização econômica mundial e avisou que a virtual candidatura à presidência não deverá desviar os socialistas de sua trajetória ideológica.
"Não vamos abdicar da possibilidade do PSB crescer, como fizemos em 2010 [ao apoiar a candidatura de Dilma Rousseff]. Mas ninguém vai nos tirar do campo onde sempre estivemos. O PSB não vai renunciar às suas bandeiras históricas", disse Campos.
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