Fala da ministra é 'atentado à inteligência da oposição', diz líder do DEM
O presidente nacional do DEM, o senador Agripino Maia (RN), afirmou ao UOL que a fala da ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) de que os boatos sobre o fim do Bolsa Família teriam partido da oposição é “um atentado à inteligência” dos partidos DEM, MD (resultado da fusão do PPS com o PMN) e PSDB.
“Se o projeto [Bolsa Família] não vai acabar, e espero que não acabe, se o assunto vem e promove a comoção que provocou, o que a oposição teria a ganhar com o fato?”, questionou. “Seria um gesto de burrice [da oposição]. Até em nome da inteligência da oposição, a acusação da ministra é uma leviandade. É um atentado à inteligência da oposição”, avaliou Maia.
A ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) afirmou na manhã desta segunda-feira (20), por meio de sua conta no Twitter, que "boatos sobre o fim do Bolsa Família devem ser da central de notícias da oposição". "[O boato] revela posição ou desejo de quem nunca valorizou a política."
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- http://noticias.uol.com.br/enquetes/2013/05/20/o-programa-bolsa-familia-deveria-acabar.js
Em conversa com UOL, o presidente do MD (Mobilização Democrática), o deputado federal Roberto Freire (SP), destacou que foi o governo federal quem usou o programa Bolsa Família como “arma contra a oposição em períodos eleitorais”.
“Quem conhece bem de manipulação é o governo, que sempre usou como arma contra a oposição nos períodos eleitorais, aterrorizando a população de que as oposições iriam acabar com o Bolsa Família se ganhassem as eleições”, disse ao UOL.
“Não sei se o governo é responsável ou não [pelo atual boato], mas quem conhece bem este tipo de manipulação com o Bolsa Família é o governo”, reiterou. “É uma leviandade, ela [a ministra Maria do Rosário] devia ter muito cuidado para não estar fazendo isso. É de uma irresponsabilidade sem tamanho”, completou.
Freire faz referência a um episódio de fevereiro de 2010, em que uma reportagem do jornal "O Globo" mostrou que um texto editado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário afirmava que o gestor que assumisse o comando do programa em 2011 poderia alterar suas regras. Segundo o documento, o pagamento do benefício não estaria garantido a partir de 2011, quando um novo governo assumiria.
À época, o PSDB negou veemente o boato de que acabaria com o Bolsa Família caso ganhassem a eleição.
Procurado pela reportagem, o senador Aécio Neves (MG), eleito presidente do PSDB no último sábado, ainda não se manifestou. A posição do partido, segundo sua assessoria de imprensa, é a do deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP), líder da bancada tucana na Câmara dos Deputados.
Segundo Sampaio, ele “custa a acreditar que uma declaração de tamanha irresponsabilidade tenha partido” da ministra. O parlamentar informa ainda que irá apresentar um pedido de convocação dela à Comissão de Segurança da Câmara para que ela possa se explicar sobre o assunto.
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“O Bolsa Família foi originado no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, mantido e ampliado nas gestões seguintes. A utilização de informações falsas para prejudicar o programa e seus beneficiários precisa ser veementemente repudiada”, argumentou Sampaio.
Para o secretário-geral do PT, o deputado federal Paulo Teixeira (SP), o assunto tem de ser “tratado com cautela” e, antes do resultado das investigações da Polícia Federal, é cedo para apontar responsáveis. “Um tema como este tem um efeito político, tem efeito eleitoral, por isso é importante aguardar [as investigações] para saber a origem destes boatos.”
Procurada pela reportagem, a ministra disse por meio de sua assessoria que não iria mais falar do caso. Em outras duas mensagens no Twitter, ela disse que não tinha “nenhuma indicação formal da origem de boatos". "Singela opinião. Ñ quero politizar”, escreveu.
“O importante é que todos os esclarecimentos estão sendo realizados. Escrevi bem cedinho e nem imaginei tal repercussão... Encerro o assunto”, postou.
Agências da Caixa Econômica Federal têm lotado desde o final de semana, gerando dúvidas e confusão por conta do boato da extinção do benefício do governo federal.
A Polícia Federal investiga o caso. O Ministério da Justiça diz que vai esperar o fim das apurações para se pronunciar.
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