Após invasão, deputados discutem mais rigor para acesso do público à Câmara
Líderes partidários manifestaram no início da tarde desta quarta-feira (21) ao presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), a preocupação com a segurança deles e de servidores durante as sessões plenárias da Casa Legislativa.
No início da tarde de ontem (20), o plenário da Câmara foi invadido por cerca de 10 minutos por dezenas de manifestantes contra e a favor da manutenção do Ato Médico e pela retomada da votação da proposta salarial para policiais militares, a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 300.
O local foi esvaziado aos poucos depois de muitos pedidos de Alves aos manifestantes. No plenário, só circulam parlamentares, assessores e profissionais da imprensa.
A casa é do povo, gritam manifestantes ao invadir Câmara
Antes da invasão do plenário, os manifestantes ocuparam o Salão Verde (local ao redor do plenário da Câmara), os corredores, as salas das comissões e forçaram a entrada em grupos nas duas entradas da Casa Legislativa.
“Já é o segundo episódio de invasão do plenário da Câmara dos Deputados. Houve um primeiro envolvendo índios (em abril deste ano) e ontem com policiais militares, sobretudo. Não podemos viver num regime democrático sem estabelecer regras de segurança, convivência e proteção física de quem circula dentro do Congresso Nacional”, afirmou o deputado Mendonça Filho (DEM-PE).
“Cada espaço físico da Casa, o Salão Verde, os corredores, as comissões, [cada um] precisa ter uma limitação quantitativa de pessoas”, defendeu Mendonça Filho.
A preocupação com a segurança deverá resultar na elaboração de um projeto que poderá ser apresentado já na próxima semana, segundo líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR). “Não é possível que a gente não possa ter um mínimo de organização”, reclamou o parlamentar.
O líder do PPS, Rubens Bueno (PR), também sugeriu que acesso à Câmara seja limitado por áreas e por número de pessoas. “Temos um espaço físico que tem uma capacidade. Temos que ter um controle, que identifique a pessoa e saiba para onde vai. É assim que funciona em qualquer parlamento do mundo”.
De acordo com Bueno, se uma pessoa, ao se identificar, informar que pretende ir a uma comissão, por exemplo, ela só poderá ter acesso a esse lugar e não poderá mais ir para outras dependências, como ocorre hoje. Perguntado se isso significaria uma restrição às manifestações dentro da Câmara, Bueno respondeu que “aqui não é lugar para manifestação”.
Os líderes ainda não divulgaram mais detalhes de como serão as regras de restrição de circulação e se haverá uma negociação com o Senado Federal para validar as mesmas normais nas duas Casas Legislativas.
*Com Agência Brasil
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