Topo

Comissão aprova parar 2 das 6 obras com indícios de irregularidade apontados pelo TCU

Da Agência Câmara, em Brasília

17/12/2013 13h17

A Comissão Mista de Orçamento aprovou o relatório do Comitê de Avaliação das Informações sobre Obras e Serviços (COI) com indícios de irregularidades graves que indicou a paralisação de duas das seis obras sugeridas pelo TCU (Tribunal de Contas da União).

Pela recomendação do comitê, essas duas obras deixarão de receber recursos no ano que vem.

O primeiro caso é uma obra de esgotamento sanitário em Pilar (AL), orçada em R$ 2,17 milhões, que tem recomendações de paralisação desde 2011. O TCU encontrou sobrepreço e uso de recursos do convênio com o município em descompasso com o plano de trabalho da ação. “As medidas saneadoras não foram implementadas pela prefeitura de Teresina, e a Funasa já instaurou tomada de contas especial para receber os recursos aplicados irregularmente”, disse o coordenador do comitê, deputado Afonso Florence (PT-BA).

O segundo é uma obra para conter enchentes do rio Poty, em Teresina (PI), paralisada desde 2002. O tribunal encontrou irregularidades no processo de licitação, como a ausência, no edital, de critério de preços máximos.

Segundo Florence, a paralisação das outras quatro obras indicadas pelo TCU seria “mais danosa à administração e à sociedade que sua continuidade”. O deputado justificou a retirada das obras pelo estágio de execução adiantado e das providências já adotadas ou a adotar pelos gestores. Um exemplo é a pavimentação e implantação de trecho da BR-448, no Rio Grande do Sul, que já está com 94% de execução.

O deputado Claudio Cajado (DEM-BA) criticou a falta de acompanhamento para saber se os recursos de superfaturamento foram restituídos ou não ao Erário. “A BR-448 teve R$ 10 milhões a mais em preço e esse recurso não vai ser restituído?”, questionou. Segundo ele, o governo está leniente em começar obra sem projeto executivo concluído.

Segundo Florence, a continuidade de fiscalização pelo TCU já está prevista na legislação. “O relatório, quando indica a continuidade das obras, é com base na legislação e na documentação dos órgãos executores”, disse.

Histórico

O projeto orçamentário para 2014 enviado pelo Executivo previa a paralisação de nove obras, mas o relatório do TCU entregue no dia 12 de novembro havia reduzido o número para sete, em uma atualização das investigações feitas pelo tribunal. Por último, o trecho da Ferrovia Norte-Sul em Tocantins com 312 km de extensão foi retirado a pedido do próprio TCU. As seis obras indicadas para paralisação pelo tribunal de contas estão orçadas em R$ 3,6 bilhões.

Segundo o coordenador do COI, a decisão de retirar essa obra da ferrovia foi tomada após a reunião com o comitê no último dia 20, quando foi esclarecido que os recursos já haviam sido executados e não havia mais sentido para a paralisação. O tribunal encontrou sobrepreço em três contratos no valor total de R$ 1 bilhão. A obra está orçada em R$ 2,66 bilhões.

Todas as três obras vistoriadas pelo comitê saíram da indicação de paralisação: a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fico) entre Caetité e Barreiras, na Bahia; a construção de um trecho da rodovia BR-448 no Rio Grande do Sul; e a construção da Vila Olímpica em Parnaíba (PI).