Topo

Em moção de apoio a Cunha, bancada do PMDB diz que PT "extrapola civilidade"

Fernanda Calgaro*

Do UOL, em Brasília

11/03/2014 16h07Atualizada em 11/03/2014 19h32

A bancada do PMDB na Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (11) uma moção de solidariedade ao líder do partido na Casa, deputado Eduardo Cunha (RJ). O texto critica o PT e afirma que os "ataques e agressões [a Cunha] que extrapolam o patamar da civilidade em quaisquer das relações, e particularmente das relações políticas".

O documento afirma ainda que "os ataques ao nosso líder [Cunha] são ataques ao PMDB". "A harmonia e coesão de nossa bancada, ao mesmo tempo que incomodam outras forças políticas que expressam um projeto hegemônico de poder", diz o texto, em referência indireta ao PT.

Na tentativa de pôr fim à crise com o PMDB no Congresso, Dilma se reuniu nesta segunda-feira (10) com caciques do PMDB. A revolta do partido se deve à resistência do governo em dar mais um ministério para a sigla na reforma ministerial em curso, além da recusa do PT em apoiar candidatos do PMDB a governador em Estados como o Ceará e o Rio de Janeiro.

A estratégia da presidente Dilma é tentar conter a rebelião na Câmara, encabeçada pelo líder do PMDB na Casa, deputado Eduardo Cunha (RJ), pivô da crise.

O presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), comentou ainda a tentativa do governo de isolar Cunha. O presidente da Câmara disse que, apesar das dificuldades  e do jogo político, não é possível isolar o líder de uma "bancada de 75 deputados".  "Isso [isolar Cunha] não passa passa na cabeça do PMDB', afirmou.

Sobre a declaração da presidente Dilma de que "o PMDB só dá alegria", Alves disse que "é lógico que, em um governo deste tamanho, com dois partidos tão grandes, haja problemas entre os partidos, mas a relação com ela [Dilma] é boa".

Piora da crise

Na semana passada, Cunha chegou a defender o rompimento da parceria do PMDB nas eleições de outubro e fez ataques, via Twitter, ao presidente do PT, Rui Falcão, chamando-o de "doido" por "boquinhas" no governo. Falcão rebateu dizendo que não iria aceitar "ultimatos" de Cunha.

O líder do PMDB também diverge do governo por ser favorável à criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar supostas fraudes da Petrobras e se posiciona contra o projeto do Marco Civil da Internet, considerado estratégico para o governo. Ele também participou da articulação de um bloco informal de partidos na Câmara, apelidado de “blocão”, para propor a votação de projetos independentemente da vontade do governo. O “blocão” é formado por seis legendas da base aliada – PMDB, PP, Pros, PR, PTB, PSC – e por uma da oposição, SDD. (Com Agência Brasil)