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Renúncia não foi oficializada e Vargas continua vice-presidente da Câmara

Vice-presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas (PT-PR), faz discurso em que admite que cometeu um "equívoco" ao utilizar uma aeronave emprestada pelo doleiro Alberto Yousseff  - Beto Barata - 2.abr.2014/Folhapress
Vice-presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas (PT-PR), faz discurso em que admite que cometeu um "equívoco" ao utilizar uma aeronave emprestada pelo doleiro Alberto Yousseff Imagem: Beto Barata - 2.abr.2014/Folhapress

Do UOL, em Brasília

14/04/2014 16h50Atualizada em 14/04/2014 16h54

O deputado licenciado André Vargas (PT-SP) continua no cargo de 1º vice-presidente da Câmara dos Deputados, apesar de o líder do PT, deputado Vicentinho (SP) ter lido aos jornalistas na última quarta-feira uma carta em que Vargas renuncia ao cargo.

Na carta, Vargas afirmava que deixa o cargo para se dedicar a sua defesa no Conselho de Ética, que abriu um processo disciplinar contra ele após denúncias do seu envolvimento com um doleiro preso.

A Secretaria-Geral da Mesa Diretora informou nesta segunda-feira (14) não recebeu nenhum pedido oficial de renúncia e, portanto, a carta não tem validade.

A assessoria da 1ª vice-presidência disse ter conhecimento de que o pedido de renúncia não foi efetivado, mas não quis comentar sobre o assunto. Eles confirmaram, no entanto, que Vargas pode voltar à Câmara depois da semana santa. A Câmara também não recebeu nenhum pedido de cancelamento da licença de 60 dias solicitada por ele no dia 07 de abril.

O líder do PT não foi encontrado para comentar o assunto.

Nesta segunda-feira, o presidente do Conselho de Ética de Decoro Parlamentar, deputado Ricardo Izar (PSD-SP), anunciou que deve se reunir com a Polícia Federal nesta terça-feira, às 11h, para pedir acesso às informações do processo que investiga o envolvimento do deputado André Vargas com o doleiro Alberto Youssef.

Vargas já responde a um processo no Conselho de Ética pelas denúncias de envolvimento com Youssef. Além da viagem de jatinho paga pelo doleiro a Vargas, há denúncias de que o deputado intermediou interesses de Yousseff em contratos com o Ministério da Saúde.

Com o início do processo no Conselho de Ética, Vargas não pode mais renunciar sem evitar a perda dos direitos políticos por oito anos, conforme determina a Lei da Ficha Limpa. (Com Agência Câmara)