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PT "estuprou" partidos para presidir comissão, diz deputado evangélico

O deputado Paulo Pimenta (à dir.), que foi eleito presidente da Comissão, ao lado de Marcos Feliciano (centro) e Sóstenes Cavalcante - Sérgio Lima/Folhapress
O deputado Paulo Pimenta (à dir.), que foi eleito presidente da Comissão, ao lado de Marcos Feliciano (centro) e Sóstenes Cavalcante Imagem: Sérgio Lima/Folhapress

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

12/03/2015 13h32

Preterido na disputa pela presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ), disse que o PT “estuprou e violou” partidos para manter o comando do órgão.

“Eu tenho que fazer uma denúncia clara que o PT, para manutenção de acordos de liderança, estuprou, violou partidos que compõem o terreno dessa casa. Um deles foi o meu”, disse deputado.

A eleição para a presidência da Comissão de Direitos Humanos foi realizada nesta quinta-feira (12) e terminou com a escolha do petista Paulo Pimenta (PT-RS). A escolha de Pimenta aconteceu após Cavalcante retirar sua candidatura avulsa à presidência do órgão.

Acordos feitos entre lideranças partidárias na Câmara haviam definido que o PT presidiria a comissão, mas Cavalcante lançou sua candidatura  rompendo o acordo.

O PT pressionou o PSD para que Cavalcante retirasse sua candidatura e o partido tirou Cavalcante da titularidade da comissão, o que, por conta do regimento interno da Câmara, o impediria de lançar seu nome à presidência.

Após retirar sua candidatura, Cavalcante “ganhou” a presidência da comissão especial do Estatuto da Família, uma das principais bandeiras da Frente Parlamentar Evangélica.

Após a eleição de Pimenta, Cavalcante fez um discurso. “Honestamente, chego nessa casa e não quero acreditar, mas é impossível diante dos fatos, que o PT e esse governo têm, e prova é essa comissão, preconceito contra cristãos”, afirmou.

Paulo Pimenta rebateu as críticas feitas por Cavalcante. Segundo ele, a retirada da candidatura não foi relacionada ao fato de ele ser evangélico.

“Não é correto e discordo dessa afirmação, não seria a verdade, que vossas excelências não puderam concorrer por serem evangélicos (...) vossas excelências sabem que não ficaram como titulares porque havia um acordo partidário (...) Em nenhum momento (...) levamos em consideração aspectos de natureza religiosa”, afirmou Pimenta.

A tensão envolvendo a participação do segmento evangélico na Comissão de Direitos Humanos é recorrente. Em 2013, quando o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) foi eleito para a presidência do órgão, foram organizados protestos durante aproximadamente três meses durante as sessões.

Foi durante a gestão de Feliciano que a comissão aprovou a projeto de lei conhecida como “cura gay”, que previa autorizar psicólogos a oferecerem tratamento de “cura” à homossexualidade. O projeto foi, posteriormente, arquivado.