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Adams cita "cassação eleitoral" e é vaiado em sessão do TCU

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

07/10/2015 19h30Atualizada em 07/10/2015 21h11

O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, foi vaiado nesta quarta-feira (7) durante a sessão do TCU (Tribunal de Contas da União) que rejeitou as contas do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) de 2014. As vaias partiram da direção onde parlamentares de oposição acompanham a sessão e ocorreram quando Adams criticou a suposta politização em torno da apreciação das contas da presidente.

Líderes da oposição estão presentes na sessão que analisa as contas de 2014 do governo. Entre eles estão o líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio (PSDB-SP), o presidente nacional do Solidariedade, Paulinho da Força (SD-SP), o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE) e o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB).

"Eu acredito que o TCU tomará sua decisão, mas o que não se pode é, artificiosamente, tentar transformar isso num movimento de cassação de mandato presidencial”, afirmou Adams. Logo após sua fala, vaias foram ouvidas no plenário do TCU.

A menção de Adams a um “movimento de cassação de mandato presidencial” faz referência a setores da oposição que apostam em um eventual parecer pela reprovação das contas do governo para sustentar mais um pedido de impeachment contra a presidente Dilma.

O TCU (Tribunal de Contas da União) recomendou nesta quarta-feira (7) a reprovação das contas de 2014 do governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Em decisão unânime, oito ministros votaram pela rejeição das contas da petista. 

Adams também criticou a politização em torno da apreciação das contas de Dilma. “Esse tema adquiriu um contorno excessivamente político. Esse é um debate fundamentalmente técnico. Nós vivenciamos um debate que extrapolou e muito o debate técnico. Ele confundiu o debate técnico. Ele misturou o debate técnico”, afirmou Adams. 

Entre os argumentos contra as contas do governo estão os episódios que ficaram conhecidos como “pedaladas fiscais”, manobras contábeis para “maquiar” as contas do governo por meio de operações de crédito junto a bancos estatais, o que é vedado pela LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal). Essas operações, segundo os técnicos do TCU, estão estimadas em R$ 40 bilhões.