Wagner nega acusação de Cunha e ataca: "Quem mentiu foi ele"
O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner (PT), rebateu a acusação feita por Eduardo Cunha (PMDB-RJ) nesta quinta-feira (3) e afirmou, em resposta, que “quem mentiu foi ele”. A fala de Wagner ocorreu no Palácio do Planalto, pouco mais de uma hora depois da entrevista coletiva onde o presidente da Câmara dos Deputados disse que Dilma mentiu em pronunciamento ao afirmar que "nunca fez barganha".
Na acusação, Cunha afirmou que Wagner levou o deputado André Moura (PSC-SE), aliado de Cunha, a uma audiência com Dilma na qual foi proposta a troca do apoio pela aprovação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras) pelos três votos de deputados do PT no Conselho de Ética, que analisa a cassação de Cunha. O governo tem interesse em aprovar a CPMF para ajudar no chamado ajuste fiscal, pacotes de medidas para diminuir o rombo nas contas públicas.
Segundo Wagner, os encontros com André Moura ocorreram para discutir “pauta econômica”. "O deputado Moura não esteve com a presidente, esteve comigo. Eu sempre discuti pauta econômica com ele, [que funcionava] como emissário da Câmara. Eu nunca conversei com André Moura sobre arquivamento ou não de pedido de impeachment", declarou Wagner.
Ele também disse que o presidente da Casa “decide o que quiser” e a tarefa do governo agora é barrar o pedido. “Não podemos sustentar um governo o tempo todo ameaçado, chantageado pelo pedido de impeachment.” Segundo o ministro-chefe da Casa Civil, a oposição “procura, desde janeiro, com uma lanterna na mão, o que dá para encaixar a presidente em um pedido de impeachment”. “É a primeira vez que vejo alguém fazer isso.”
De acordo com ex-governador da Bahia, o fato de não atingir a meta fiscal não pode ser considerado por si só um crime de responsabilidade. “Hoje temos vários governadores que, por dificuldade financeira, não dolo ou crime, não estão honrando compromissos de salários. Isso é motivo para pedir impeachment deles?”, questionou.
Wagner também acusou a oposição de “perder no campo e tentar ganhar no tapetão” e atacou Cunha, a quem considerou “o grande derrotado nesse processo”. “Cunha perdeu a legitimidade para estar na presidência da Câmara. Ele usa o cargo para obstruir o Conselho de Ética”, disse o ministro, lembrando a investigação do conselho contra o presidente da Câmara por sua suposta participação no escândalo da Lava Jato.
Nesta quarta-feira (2), Wagner esteve na sala com Dilma Rousseff quando a presidente escreveu o seu pronunciamento contra a deflagração do impeachment. Estavam presentes também Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e José Eduardo Cardozo (Justiça). Giles Azevedo, assessor especial da presidente, participou em alguns momentos.
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