Alvos da Lava Jato, Delúbio e Silvio Pereira estavam envolvidos no mensalão
Dois alvos da 27ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta sexta-feira (1º), o ex-secretário geral do PT Silvio José Pereira e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares foram personagens centrais no mensalão, escândalo de corrupção que estourou em 2005, durante o primeiro mandato do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Silvio Pereira foi preso hoje, enquanto Delúbio foi levado em condução coercitiva, quando o intimado é obrigado a depor. Procurados pelo UOL, os advogados de Delúbio Soares e Silvio Pereira ainda não se manifestaram sobre o caso.
Os dois foram apontados como articuladores do mensalão, junto com José Dirceu e José Genoino, que tinha o objetivo de conseguir apoio político dos outros partidos por meio do pagamento de propina aos parlamentares. O escândalo veio à tona após denúncia de Roberto Jefferson, presidente do PTB.
Naquele ano, Silvio Pereira foi pego com uma Land Rover que custava R$ 74 mil à época e que teria sido presente de um sócio da empreiteira GDK --uma empresa que prestava serviços à Petrobras e é alvo da Lava Jato. Após a denúncia, Pereira se desfiliou do PT.
Sem cargo público na época, Silvio Pereira não foi denunciado por peculato e nem corrupção ativa no julgamento do mensalão, sendo acusado somente por formação de quadrilha. O ex-petista fez um acordo com o Ministério Público e aceitou prestar 750 horas de serviços comunitários.
Em janeiro deste ano, o lobista Fernando Antonio Guimarães Hourneaux de Moura afirmou em depoimento à força-tarefa da Lava Jato que "ficou sabendo" que Silvio Pereira recebia uma quantia de R$ 50 mil para se manter em silêncio sobre irregularidades envolvendo as empreiteiras OAS e UTC, investigadas na operação. Ele não citou nem os autores e nem a frequência com que Pereira recebia a quantia.
Delúbio foi condenado e perdoado no mensalão
Há 20 dias, Delúbio Soares teve sua pena perdoada pelo STF no caso do mensalão. Ele havia sido condenado a seis anos e oito meses de prisão por corrupção ativa e formação de quadrilha em 2013, mas o STF posteriormente absolveu Delúbio, junto com José Dirceu, do segundo crime. Delúbio cumpriu pena de dois anos e um mês, sendo 10 meses em regime semiaberto.
Ex-tesoureiro do PT durante a campanha presidencial de 2002 e no início do governo Lula, Delúbio foi acusado por Roberto Jefferson de repassar propina a deputados do PP e do PL, denominada de "mensalão" pelo próprio presidente do PTB. Ele foi expulso temporariamente do PT e acabou reintegrado ao partido em 2011.
No julgamento realizado em 2012, o Supremo concluiu que Delúbio era o principal braço operacional do núcleo político do mensalão. Entre 2003 e 2005, seu papel era indicar ao publicitário Marcos Valério quais parlamentares deveriam receber propina para votar a favor do governo federal em matérias no Congresso.
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