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Oposição fecha acordo para garantir votação do impeachment no horário

O acordo foi anunciado por Jovair Arantes, relator do processo contra Dilma - Ueslei Marcelino/Reuters
O acordo foi anunciado por Jovair Arantes, relator do processo contra Dilma Imagem: Ueslei Marcelino/Reuters

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

16/04/2016 16h32

Os partidos que defendem o impeachment da presidente Dilma Rousseff costuraram um acordo na tarde deste sábado (16) para abreviar o tempo de debate sobre o processo e tentar garantir o início da votação às 14h de domingo.

O acordo envolve 14 partidos e foi costurado na liderança do PTB, legenda do relator do parecer sobre o impeachment, Jovair Arantes (GO). Participaram legendas como PSDB, DEM, PSD, PSB, PRB, PP e PSC.

Ficou acertado que 60 deputados desses partidos, que já se manifestaram nas sessões do impeachment, não vão mais discursar no Plenário durante a fase de manifestações individuais dos parlamentares.

Os líderes desses partidos também se comprometeram a não mais usar o tempo de fala de 10 minutos garantido às lideranças a partir da 1h deste domingo.

A sessão deste sábado, destinada a manifestações dos partidos e deputados, deve avançar pela madrugada.

Isso porque o que a oposição fez foi cortar o próprio tempo. O regimento não obriga a acabar os debates após 11 horas de trabalho. Os governistas, em tese, continuam podendo usar seu tempo de líder.

"Ganhamos por volta de seis a sete horas", disse. "Da forma como estava sendo levada a discussão, iríamos votar [o processo de impeachment] à meia-noite ou 1h de segunda-feira”, afirmou Arantes.

O deputado garantiu que o cronograma será cumprido. "Sem nenhuma possibilidade de adiar [a votação]", disse.

Os parlamentares da oposição têm interesse em que a votação não seja adiada. A demora na decisão, em tese, poderia favorecer o governo, que busca conquistar votos para barrar o processo.

Também é esperado que a votação no domingo, com manifestações pelo impeachment nas ruas e transmissão pelas redes de TV, possa pressionar deputados indecisos a apoiar o afastamento de Dilma.

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UOL Notícias