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Justiça do MA apreende carro de filho do deputado Waldir Maranhão

O deputado federal Waldir Maranhão - Marcelo Camargo/Agência Brasil
O deputado federal Waldir Maranhão Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Aliny Gama

Colaboração para o UOL, em Maceió

03/06/2016 20h05

A Justiça do Maranhão apreendeu nesta quinta-feira (2) a caminhonete Toyota Hilux CD, de placas de São Paulo, do médico Thiago Augusto Azevedo Maranhão Cardoso, filho do presidente interino da Câmara de Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), no bairro Olho D’Água, em São Luís. O veículo está bloqueado judicialmente para que Thiago Maranhão devolva o valor de R$ 235 mil referente aos salários pagos indevidamente pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado).

Outro carro do médico, uma Toyota Hilux SW4, de placas do Distrito Federal, também está registrado no Renajud (sistema online de restrição judicial de veículos que interliga o Judiciário ao Departamento Nacional de Trânsito) para ser apreendida a qualquer momento.

Thiago ocupou cargo comissionado no TCE, entre novembro de 2013 e maio de 2016, no gabinete do presidente do órgão, Edmar Serra Cutrim. Entretanto, no mesmo período, trabalhou em hospitais e fez pós-graduação na capital paulista.

Ele tinha salário mensal de R$ 7,5 mil, além de R$ 800 de auxílio-alimentação. Thiago foi exonerado do cargo, no dia 9 de maio, pelo próprio Cutrim, após o caso ser divulgado pela imprensa.

No dia 16 de maio, o juiz Douglas de Melo Martins, da Vara de Interesses Difusos e Coletivos da Ilha de São Luís, decretou a indisponibilidade dos bens de Thiago, como também o bloqueio das contas bancárias, obrigando-o a devolver todo o valor pago pelo TCE durante o período que ficou lotado do órgão e não trabalhou.

A decisão judicial, por enquanto uma liminar (de caráter provisório), atendeu a uma ação popular ingressada pelos advogados Pedro Leonel Pinto de Carvalho e Aristóteles Duarte Ribeiro.

Para cumprir a determinação, a Justiça fez buscas nas contas bancárias de Thiago Maranhão para apreender os R$ 235 mil, porém o sistema Bacenjud, que interliga o judiciário ao Banco Central, só encontrou apenas o valor de R$ 7 mil.

Como não havia dinheiro suficiente nas contas bancárias de Thiago para quitar a dívida, a Justiça fez buscas no sistema Renajud. Dois veículos foram encontrados no nome dele e cadastrados no sistema com a ordem de busca e apreensão.

Caso a Justiça não consiga localizar o segundo veículo, outros bens imóveis podem ficar indisponíveis até atingir o valor fixado pela Justiça. O filho do deputado federal precisa depositar o valor determinado judicialmente para que o veículo apreendido não vá a leilão.

A reportagem do UOL não conseguiu contato com Thiago Maranhão nesta sexta-feira (3), assim como com o deputado federal Waldir Maranhão. A assessoria de imprensa do deputado, que divulgou anteriormente as explicações de Thiago sobre a questão, não respondeu até a noite de sexta as solicitações, por telefone e aplicativo WhatsApp,  de resposta à determinação da Justiça.

Quando a Justiça determinou a devolução dos salários, Thiago havia informado ao UOL, por meio da assessoria de imprensa de Waldir Maranhão, que não iria se manifestar, "mas estava tentando devolver o valores recebidos indevidamente".