Acusado, indiciado e réu: veja os casos na Justiça contra Lula
O indiciamento por suspeita de crime de corrupção em contratos da construtora Odebrecht em Angola firmados com a empresa Exergia, de Santos (SP), é mais um fato complicador na Justiça para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O indiciamento de Lula, agora por corrupção passiva, ocorre no âmbito da Operação Janus, que investiga contratos da Exergia, de propriedade do empresário Taiguara Rodrigues dos Santos. Não tem, portanto, vínculo com a Operação Lava Jato, que apura desvios da Petrobras.
O caso envolve diretamente Taiguara Rodrigues, que seria uma espécie de sobrinho adotivo de Lula. Taiguara é filho de Jacinto Ribeiro dos Santos, o Lambari, amigo de Lula e irmão da primeira mulher do ex-presidente. A Polícia Federal entendeu que os contratos de Taiguara com a Odebrecht só aconteceram em razão da proximidade dele com Lula e da intervenção direta do ex-presidente.
Na primeira ação em que se tornou réu, em julho, Lula será julgado pela Justiça Federal do Distrito Federal das acusações de que teria tentado obstruir investigações da Operação Lava Jato para evitar a colaboração premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.
A segunda ação em que Lula virou réu, em setembro, diz respeito a supostas vantagens indevidas recebidas na construção e reforma do apartamento tríplex de Guarujá (SP) e no pagamento do armazenamento do seu acervo pessoal, ambas custeadas pela construtora OAS numa soma de R$ 3,8 milhões. Conforme a denúncia, Lula seria o dono real do imóvel, o que ele nega. Lula será julgado pelo juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelos processos em primeira instância da Lava Jato.
Além dessas duas ações e do indiciamento no caso de contratos em Angola, em maio, a PGR (Procuradoria-Geral da República) havia pedido a inclusão do ex-presidente no principal inquérito da Lava Jato, conhecido como inquérito-mãe, que apura denúncias de desvio de dinheiro na Petrobras e está tramitando no STF (Supremo Tribunal Federal).
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