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"Não há nenhum conchavo de troca", dizem centrais sindicais

6.jun.2014 - Trabalhadores ligados à Força Sindical fazem protesto na avenida Paulista - J. Duran Machfee/Futura Press/Estadão Conteúdo
6.jun.2014 - Trabalhadores ligados à Força Sindical fazem protesto na avenida Paulista Imagem: J. Duran Machfee/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

25/03/2017 13h15Atualizada em 25/03/2017 18h00

Duas das maiores centrais sindicais do país negaram, por meio de nota, que estejam negociando apoio às reformas propostas pelo governo do presidente Michel Temer (PMDB) em troca de ajuda para retomar a cobrança da contribuição sindical, taxa paga por trabalhadores para financiar a atividade dos sindicatos.

Segundo reportagem deste sábado (25) publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, os sindicalistas teriam pedido para Temer editar uma medida provisória ou apoie a aprovação pelo Congresso de um projeto que regulamente a cobrança da contribuição. Em troca, as centrais aceitariam reduzir suas resistências às propostas de Temer para alterar regras previdenciárias e trabalhistas.

A Força Sindical e a UGT (União Geral dos Trabalhadores) informaram que as centrais sindicais estão em processo de negociação com o governo e com o Congresso Nacional em diversos temas e que "não há nenhum conchavo de troca, ou mesmo barganha entre os temas em debate".

A CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros) também se manifestou: "A CSB jamais participou, ou participará, de reuniões com o governo federal para ceder ou aceitar corte dos direitos previdenciários, trabalhistas e sociais. É público e notório que a CSB tem empreendido uma intensa e aguerrida oposição às reformas em tramitação no Congresso Nacional", disse o presidente da central, Antonio Neto. 

R$ 3,5 bilhões em 2016

Segundo a reportagem da Folha, centrais, sindicatos, federações e confederações arrecadaram R$ 3,5 bilhões com a contribuição sindical em 2016. Estima-se que a taxa assistencial, cobrada à parte, representa até 80% do orçamento de algumas entidades.

A Força Sindical e a UGT informaram que as seis centrais sindicais irão se reunir na próxima segunda-feira (27), em São Paulo, para definir as estratégias de lutas, como procurar os parlamentares para esclarecimento sobre nosso posicionamento, datas de atos, greves e paralisações e uma marcha em Brasília.

Leia a íntegra da nota:

Diante da divulgação, em alguns meios de comunicação, sobre as reformas da previdência e trabalhista e as negociações envolvendo o governo e as centrais sindicais Força Sindical, UGT (União Geral dos Trabalhadores), queremos esclarecer que:

1 - As centrais sindicais estão em processo de negociação com o governo e o Congresso Nacional em diversos temas como: mudanças no texto da reforma da previdência, contra a reforma trabalhista, o projeto de terceirização no Senado, o projeto sobre financiamento sindical, de autoria do deputado federal Bebeto (PSB), entre outros;

2 - É importante ressaltar que o projeto de financiamento sindical, que está sendo debatido na Câmara dos Deputados, é muito importante para fortalecer as entidades sindicais na luta pelos interesses da classe trabalhadora. Este projeto é uma demanda do movimento sindical, visando sua manutenção e modernização. Neste ponto vale ressaltar que está previsto, na reforma trabalhista, o aumento do papel dos sindicatos nas negociações coletivas.

3 - Reafirmamos nosso posicionamento de lutar por mais direitos e de negociar mudanças nas propostas das reformas citadas acima de modo a gerar benefícios, ou mesmo, diminuição do impacto negativo das medidas propostas pelo governo sobre os trabalhadores.

4 - As seis centrais sindicais irão se reunir na próxima segunda-feira, em São Paulo, para definir as estratégias de lutas, como procurar os parlamentares para esclarecimento sobre nosso posicionamento, datas de atos, greves e paralisações e uma Marcha em Brasília.

5 - Esclarecemos que são frentes de lutas de diferentes temas e reafirmamos que não há nenhum conchavo de troca, ou mesmo barganha, entre os temas em debate.

Paulo Pereira da Silva (Paulinho)
Presidente da Força Sindical

Ricardo Patah
Presidente da UGT