Os investigados do PT
Arlindo Chinaglia, deputado federal por São Paulo
Delatores: Henrique Serrano do Prado Valladares, Augusto Roque Dias Fernandes Filho, José de Carvalho Filho e Benedicto Barbosa da Silva Júnior
Suspeitas: pagamento de vantagens indevidas, na ordem de R$ 10 milhões ao então presidente da Câmara dos Deputados Arlindo Chinaglia. Houve pagamentos na mesma época ao então deputado federal Eduardo Cunha (R$ 20 milhões), ao senador Romero Jucá (R$ 10 milhões) e ao então deputado federal Sandro Mabel (R$ 10 milhões). Nesse contexto, o Grupo Odebrecht sagrou-se vencedor em processo licitatório atinente ao Projeto Madeira (Usina Hidrelétrica de Santo Antônio), bem como que a empresa estava sendo alvo de ataques provenientes do governo federal, sendo que os pagamentos seriam arcados pela Odebrecht e Andrade Gutierrez, na proporção das respectivas participações no consórcio vencedor da obra. Os colaboradores esclarecem, ainda, que no ano de 2014, Chinaglia efetuou reclamação em relação a pendências associadas ao não pagamento de valores que lhe seriam destinados. Após trâmites internos da companhia, a insurgência foi atendida, com o repasse de R$ 2,5 milhões
Crimes: lavagem de dinheiro e vantagens indevidas
Outro lado: o deputado diz não saber "onde e de que maneira foi citado" nas delações da Odebrecht
Carlos Zarattini, deputado federal por São Paulo
Delatores: Benedicto Barbosa da Silva Júnior, Carlos Armando Guedes Paschoal, Luiz Eduardo da Rocha Soares e José de Carvalho Filho (inquérito 4425)
Suspeitas: os colaboradores narram que, nos anos de 2010 e 2014, o deputado teria recebido, a pretexto de campanhas eleitorais, além de doações oficiais no valor de R$ 450 mil e R$ 161,5 mil, respectivamente, a soma de R$ 50 mil em pagamentos efetuados no período de agosto a setembro de 2010, quantia não contabilizada
Crimes: lavagem de dinheiro e vantagem indevida
Delatores: Marcelo Bahia Odebrecht, Paul Elie Altit e Paulo Ricardo Baqueiro de Melo (inquérito 4430)
Suspeitas: os colaboradores narram que, no ano de 2012, Zarattini, em conjunto com João Carlos Bacelar (PR-BA) e o então deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP, hoje no PTdoB), solicitaram vantagem indevida à Odebrecht em contrapartida pela atuação em prol da aprovação de aquisição de torre comercial e de shopping center no empreendimento “Parque da Cidade”. Nesse contexto, firmou-se ajuste, com a participação do então ministro Guido Mantega, que, ocorrendo a concretização do negócio, seria lançado crédito de R$ 27 milhões em benefício do PT, dos quais R$ 5 milhões seriam destinados de forma específica a Zarattini e Vaccarezza.
Crimes: lavagem de dinheiro e vantagem indevida
Outro lado: Zarattini: "não tive acesso ao conteúdo das supostas delações envolvendo meu nome. Todas as minhas doações de campanha foram legais e declaradas nos órgãos competentes e aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral", declarou.
Décio Lima, deputado federal por Santa Catarina
Delatores: Paulo Roberto Welzel e Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis
Suspeitas: pagamento, a pedido do deputado, de vantagens não contabilizadas no âmbito de campanha eleitoral da candidata Ana Paula Lima à Prefeitura Municipal de Blumenau (SC) em 2012. O valor repassado foi de R$ 500 mil. Essa seria uma contrapartida a interesses da empresa na região
Crimes: omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, para fins eleitorais
Outro lado: Em nota, o deputado disse que "a verdade prevalecerá e a justiça será feita". "É importante destacar que não sou réu e nem investigado em nenhum processo da Lava Jato. A minha vida pública sempre foi pautada pela ética, lisura e transparência e a minha história demonstra a preocupação com a legalidade de todos os meus atos", declarou
Humberto Costa, senador por Pernambuco
Delatores: Rogério Santos de Araújo, Márcio Faria da Silva, César Ramos Rocha, Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, Luiz Eduardo da Rocha Soares e Marcelo Bahia Odebrecht (inquérito 4383)
Suspeita: solicitação de vantagem indevida a agentes da Petrobras como contrapartida à adjudicação de contrato administrativo associado ao Plano de Ação de Certificação em Segurança, Meio Ambiente e Saúde. Ele e Delcidio Amaral teriam pedido 3% do valor do contrato caso a Odebrecht ganhasse a licitação, sendo que foram tomadas medidas para reduzir a competição. Os dois teriam ficado com parte da propina para financiar campanhas eleitorais
Crimes: solicitação e recebimento de vantagem indevida
Outro lado: O senador petista diz que já abriu mão de todos os seus sigilos e está à disposição das autoridades. Humberto Costa aguarda ter acesso aos novos documentos para reunir as informações necessárias à sua defesa.
Jorge Viana, senador pelo Acre
Delatores: Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho e Marcelo Bahia Odebrecht (inquérito 4393)
Suspeita: pedido de doação para o caixa 2 da campanha do irmão Tião Viana ao governo do Acre em 2010
Crimes: Falsidade ideológica
Outro lado: "Nada devemos e nada tememos. Confiamos na Justiça", diz o senador petista sobre ter seu nome e o do governador Tião Viana na lista. Jorge Viana acrescentou ainda que vai provar na Justiça que as campanhas de 2010 foram feitas dentro da lei e com dinheiro limpo. Citando "risco de paralisia institucional", o senador acredita que a crise política vá se aprofundar a partir deste acontecimento, já que não apenas o PT aparece na tal lista, como todas as legendas e expoentes partidários.
José Dirceu
Delatores: Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis (inquérito 4445)
Suspeita: pedido de doações para campanhas eleitorais de 2008, 2010, 2012 e 2014
Crimes: recebimento de vantagem indevida e ocultação de origem de bens.
Outro lado: Não foi encontrado pelo UOL para comentar.
Lindbergh Farias, senador pelo Rio de Janeiro
Delatores: Benedicto Barbosa da Silva Júnior e Leandro Andrade Azevedo
Suspeitas: campanha eleitoral dos anos de 2008 e 2010, nos valores respectivos de R$ 2 milhões e R$ 2,5 milhões. Os valores não foram declarados
Crimes: corrupção passiva, corrupção ativa e lavagem de dinheiro
Outro lado: o petista afirma confiar que as investigações irão esclarecer os fatos e que "o arquivamento será o único desfecho possível"
Marco Maia, deputado federal pelo Rio Grande do Sul
Delatores: Benedicto Barbosa da Silva Júnior e Valter Luis Arruda Lana
Suspeitas: pagamento de vantagens indevidas associadas à execução de contrato administrativo que tinha como objeto a construção da linha 1 da Trensurb no Rio Grande do Sul. Padilha seria um dos envolvidos no esquema de cerca de R$ 8,3 milhões
Crimes: corrupção passiva, corrupção ativa e lavagem de dinheiro
Outro lado: O petista diz que adotará "ações criminais cabíveis contra estes delatores", "na medida em que imputam a terceiros atos inexistentes como forma de obterem benefícios que não merecem junto ao Poder"
Maria do Rosário, deputada federal pelo Rio Grande do Sul
Delatores: Alexandrino de Salles Ramos de Alencar
Suspeitas: Em 2010, o delator disse ter sido procurado pela então candidata, prestando um auxílio financeiro no montante de R$ 150 mil – valor não foi declarado
Crimes: falsidade ideológica
Outro lado: "A medida é uma mera autorização do STF para apuração dos fatos sobre as delações da Odebrecht. No entanto a mera citação de meu nome me deixa indignada. Não me calarei frente a este episódio e não me afastarei um milímetro sequer das causas que acredito e que o nosso trabalho representa. Vou disponibilizar meus sigilos fiscal, bancário e telefônico ao STF tamanha é minha tranquilidade. Meu nome e minha vida não estão à disposição para serem enxovalhados por ninguém em nenhum lugar", declarou a deputada
Nelson Pellegrino, deputado federal pela Bahia
Delatores: André Vital Pessoa de Melo e Benedicto Barbosa da Silva Júnior
Suspeitas: em 2012, o Grupo Odebrecht repassou a quantia de R$ 1,5 milhão ao parlamentar, a pretexto de auxílio à campanha eleitoral, sendo R$ 200 mil de forma oficial e o restante, R$ 1,3 milhão, por intermédio de via não contabilizada
Crimes: falsidade ideológica
Outro lado: O petista disse estar "tranquilo" e que se manifestará "após o conhecimento dos termos"
Paulo Rocha, senador pelo Pará
Delatores: Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis e Mário Amaro da Silveira (inquérito 4449)
Suspeita: teria pedido doação para o caixa 2 da campanha de Helder Barbalho para governador do Pará em 2014. Os repasses funcionariam como contrapartida a interesses do grupo Odebrecht no Pará, notadamente na área de saneamento básico, espaço em que a empresa almejava atuar como concessionária.
Crimes: recebimento de vantagem indevida e ocultação de origem de bens.
Outro lado: "Todos os recursos da minha campanha de 2014 para o Senado Federal foram repassados pela direção nacional e estadual do Partido dos Trabalhadores e estão todos declarados nas prestações de contas junto ao TRE", disse o petista, em nota. O texto ainda destaca que a utilização desses recursos obedeceu às normas da legislação eleitoral em vigor naquele ano.
Tião Viana, governador do Acre
Delatores: Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho e Marcelo Bahia Odebrecht (inquérito 4393)
Suspeita: recebimento de doação para o caixa 2 da campanha ao governo do Acre em 2010
Crimes: Falsidade ideológica
Outro lado: "Nada devemos e nada tememos. Confiamos na Justiça", diz o senador petista sobre ter seu nome e o do governador Tião Viana na lista. Jorge Viana acrescentou ainda que vai provar na Justiça que as campanhas de 2010 foram feitas dentro da lei e com dinheiro limpo. Citando "risco de paralisia institucional", o senador acredita que a crise política vá se aprofundar a partir deste acontecimento, já que não apenas o PT aparece na tal lista, como todas as legendas e expoentes partidários.
Vander Loubet, deputado federal pelo MS
Delatores: Alexandrino de Salles Ramos de Alencar
Suspeitas: Recebimento de R$ 50 mil na campanha de 2010 do grupo Odebrecht por meio de caixa dois
Crimes: falsidade ideológica
Outro lado: "Não sou, não fui e jamais serei corrupto. Meus projetos são todos contra interesses de empreiteiras", declarou o deputado.
Vicente Cândido, deputado federal por São Paulo
Delatores: Carlos Armando Guedes Paschoal, Alexandrino de Salles Ramos de Alencar e Benedicto Barbosa da Silva Júnior
Suspeitas: Vicente Cândido da Silva recebeu R$ 50 mil, por meio de caixa dois, na campanha de 2010. O grupo Odebrecht teria interesse no apoio do parlamentar na busca de solução para o financiamento do Estádio do Corinthians
Crimes: Corrupção passiva e corrupção ativa
Outro lado: O deputado afirmou que não teve acesso aos autos do processo e que os delatores ainda precisarão comprovar o que disseram. "Tenho certeza de minha idoneidade e me coloco à disposição para quaisquer esclarecimentos à Justiça", disse.
Vicente "Vicentinho" Paulo da Silva, deputado federal por São Paulo
Delatores: Carlos Armando Guedes Paschoal e Benedicto Barbosa da Silva Júnior
Suspeitas: Recebimento de R$ 30 mil na campanha de 2010 do grupo Odebrecht por meio de caixa dois
Crimes: falsidade ideológica
Outro lado: O petista disse ter recebido com "surpresa" a notícia de que seu nome estava na lista. "Me delataram dizendo que eu recebi, há sete anos, em 2010, a quantia de 30 mil reais. Não 30 milhões, pessoal, 30 mil, em duas parcelas de R$ 15 mil, para a minha campanha", disse o deputado, que afirmou que vai se "defender com unhas e dentes" do que classificou como uma "tentativa de me enquadrar em uma lei eleitoral de falsidade ideológica".
Zeca Dirceu, deputado federal pelo Paraná
Delatores: Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis (inquérito 4445)
Suspeita: recebimento de doações nas campanhas eleitorais de 2010 e 2014
Crimes: recebimento de vantagem indevida e ocultação de origem de bens.
Outro lado: "Tenho minha consciência tranquila e nunca tive relação com a Odebrecht", declarou o deputado.
Zeca do PT, deputado federal pelo MS
Delatores: João Antônio Pacífico Ferreira e Pedro Augusto Carneiro Leão Neto (inquérito 4447)
Suspeita: recebimento de vantagem indevida em 2006 no contexto da campanha eleitoral para governador. O Grupo Odebrecht detinha créditos em relação ao Estado, decorrentes de obras públicas realizadas anteriormente, os quais, embora reconhecidos administrativa ou judicialmente, não eram honrados.
Crimes: recebimento de vantagem indevida e ocultação de origem de bens.
Outro lado: Em nota, o deputado disse que a citação de seu nome por um delator da Odebrecht é um "enorme erro", já que as denúncias correspondem a uma época em que ele não disputava nenhuma eleição. "Fui eleito governador em 1998 e reeleito em 2002. Portanto em 2006 estava impedido de ser candidato a governador e não disputei nenhum cargo naquela eleição", disse. Ele ainda destacou que pede "reparação da injustiça cometida nesta denúncia".
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