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Lula diz que marqueteiros não têm provas e que mentem para garantir delação

19.out.2006 - Dilma ajuda a orientar o presidente Lula, candidato à reeleição pelo PT, junto com o publicitário João Santana - Marlene Bergamo/Folha Imagem
19.out.2006 - Dilma ajuda a orientar o presidente Lula, candidato à reeleição pelo PT, junto com o publicitário João Santana Imagem: Marlene Bergamo/Folha Imagem

Do UOL, em São Paulo

12/05/2017 17h21Atualizada em 12/05/2017 17h25

Em nota enviada na tarde desta sexta-feira, os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Martins, afirmam que o casal de marqueteiros Monica Moura e João Santana, responsáveis por campanhas do PT à Presidência da República em 2006, 2010 e 2014, mentem para alcançar benefícios da delação premiada.

Em anexo de delação premiada, o marqueteiro João Santana informou ao Ministério Público Federal que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ex-presidente Dilma Rousseff tinham ciência de pagamentos oficiais e de caixa 2 feitos como contraprestação aos serviços prestados em campanhas eleitorais.

De acordo com Santana, ele falou diversas vezes com Lula e Dilma quando necessitava fazer cobranças. "Nestas oportunidades, tanto Lula como Dilma se comprometeram a resolver o impasse e, de fato, os pagamentos voltavam a ocorrer. Tanto os pagamentos oficiais, quanto os recebimentos de valores através de caixa 2", informa o marqueteiro no seu anexo de delação premiada.

Veja abaixo a íntegra da nota enviada pela defesa de Lula:

“O ex-presidente Lula nunca tratou direta ou indiretamente do financiamento das campanhas eleitorais em que foi candidato ou apoiador.

Lula sempre considerou este assunto de competência dos tesoureiros do partido e das campanhas, que prestam contas à Justiça Eleitoral.

São mentirosas, portanto, as afirmações atribuídas ao Sr. João Santana e à Sra. Monica Moura, claramente vinculadas à negociação de benefícios penais na Operação Lava Jato.

Hoje está muito claro que citar o nome de Lula tornou-se condição obrigatória para que réus e até condenados obtenham os favores na promotoria no âmbito da Operação Lava Jato. Há pedido formal de investigação protocolado na Procuradoria Geral da República com base em denúncia veiculada por órgãos de imprensa.

Nenhum dos delatores, no entanto, apresentou qualquer prova das menções feitas a Lula. Todas as menções se referem a supostas conversas com terceiras pessoas, ao ouvir dizer ou a conclusões subjetivas.

Uma ação penal se decide na base de provas. E provas contra Lula não há, porque ele sempre atuou dentro da lei. 

Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Martins"