PF faz operação no Rio em busca de joias da mulher de Cabral
A Polícia Federal do Rio de Janeiro realiza, nesta sexta-feira (23), uma operação para apreender joias e bens da advogada Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador do Estado Sérgio Cabral (PMDB), preso desde novembro do ano passado sob suspeita de corrupção, lavagem de dinheiro e organizações criminosa. A ação é um desdobramento das investigações da força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio.
Os agentes cumprem dois mandados de busca e apreensão, um em Ipanema e outro no Jardim Botânico, bairros da zona sul carioca. Uma das ordens judiciais tem como alvo a casa de uma irmã de Adriana e o outro, o do apartamento da governanta (ou ex-governanta, ainda não está claro) da família Cabral.
A PF, o MPF (Ministério Público Federal) e a Receita avaliam que as joias da mulher do ex-governador podem ter sido compradas com objetivo de lavar parte do dinheiro obtido no esquema de corrupção e pagamento de propina a agentes públicos desvelado pela Lava Jato no Rio.
O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, aceitou na última segunda-feira (19) a 11ª denúncia contra Cabral por lavagem de dinheiro a partir da compra de joias em espécie, sem nota fiscal ou certificação nominal. Também foram denunciados Adriana Ancelmo e os assessores Luiz Carlos Bezerra e Carlos Miranda.
De acordo com as primeiras informações, nesta sexta, os agentes estariam em busca de ao menos 149 de um total de 189 joias que fariam parte do inventário do casal Cabral --as 40 restantes foram apreendidas na Operação Calicute, em novembro de 2016, quando o ex-governador foi preso.
Na ocasião, além das joias, a PF apreendeu, entre outros itens, vestidos de festa de Adriana, diversas obras de arte e uma lancha avaliada em R$ 5 milhões.
O UOL entrou em contato, por telefone, com o advogado de Adriana, Luís Guilherme Vieira. O defensor informou que ainda não tinha tomado conhecimento das diligências da Polícia Federal e que iria se inteirar do assunto antes de se reportar diretamente ao Juízo da 7ª Vara Criminal Federal, que expediu os mandados de busca e apreensão.
À reportagem, o advogado de Sérgio Cabral, Rodrigo Roca, informou que também está tomando conhecimento dos detalhes da ação da PF e que o ex-governador, por ora, só se manifestará na Justiça.
Absolvida por Moro
Adriana Ancelmo chegou a ser detida no ano passado e foi denunciada à Justiça federal por lavagem de dinheiro, tanto no Rio quanto em Curitiba, em ações penais da Lava Jato.
Na semana passada, em um dos processos, ela foi absolvida pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal Criminal (Paraná).
Já em relação às acusações pelas quais responde na 7ª Vara Federal Criminal (Rio de Janeiro), do juiz Marcelo Bretas, Adriana cumpre prisão domiciliar e aguarda o desfecho das investigações.
Cabral, por sua vez, foi condenado por Moro a 14 anos e dois meses de prisão por corrupção passiva, por pedir e receber vantagem indevida no contrato de terraplanagem do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), e 12 crimes de lavagem de dinheiro.
Essa foi a primeira condenação contra o ex-governador desde que ele foi preso na Operação Calicute. No total, Cabral é réu em 11 processos relacionados à Lava Jato.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.