PF prende mulher de acusado de receber R$ 44 mi em propina em esquema de Cabral
A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (7) a mulher de um dos acusados de envolvimento em suposto esquema de propina paga por empresários de ônibus ao grupo do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB). Desencadeada na última segunda-feira (3), a Operação Ponto Final, desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro que mira a cúpula do transporte coletivo do Rio de Janeiro, obteve 12 mandados de prisão, dentre eles, o do empresário Jacob Barata Filho, filho de Jacob Barata, conhecido como o "Rei do Ônibus".
Dayse Deborah Alexandra Neves, esposa do ex-diretor do Detro (Departamento de Transportes Rodoviários do Rio de Janeiro) Rogério Onofre, foi detida na rodoviária de Curitiba, quando embarcava para Florianópolis. Segundo o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, ela é suspeita de lavagem de dinheiro.
“Trata-se de delito de lavagem de dinheiro, cujos indícios apontam Dayse como autora do crime, que fez uso de depósitos no exterior, em nome de terceiro, para ocultar a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de valores provenientes diretamente de infração penal”, explicam.
Pelo crime de lavagem de capitais, Dayse pode ser condenada a pena de três a dez anos de prisão, e multa; por embaraçar a investigação de infração penal que envolva organização criminosa, pena de reclusão de três a oito anos; por evasão de divisas, pena de reclusão de dois a seis anos; além de auxiliar organização criminosa, pena de reclusão de três a oito anos.
As investigações da Operação Ponto Final apuram suposto pagamento de ao menos R$ 260 milhões em propina a políticos e funcionários de departamentos públicos de fiscalização ligados ao setor de transportes.
As informações que resultaram na operação surgiram das delações premiadas de Jonas Lopes de Carvalho Neto, ex-presidente do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Estado do Rio), e do doleiro Álvaro Novis.
O UOL ainda não conseguiu localizar a defesa dos investigados.
Cabral era premiado por reajuste de tarifa
Preso desde novembro do ano passado, Cabral recebeu ao menos R$ 122,8 milhões em propina para editar decretos, projetos de lei e outros dispositivos oficiais a fim de favorecer as empresas de ônibus que atuam no Estado, informou a Procuradoria.
Os R$ 122,8 milhões integram um conjunto maior de pagamentos ilícitos, na ordem de R$ 260 milhões, apurado na investigação que resultou na Operação Ponto Final. A movimentação financeira, que vai de 2010 a 2016, consta em documentos de contabilidade paralela entregues por um colaborador, cuja identidade não foi revelada, em acordo de delação premiada.
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