Maluf abre debate na CCJ com defesa de Temer: "Não dá para a gente se enganar"
Primeiro a discursar no debate sobe a aceitação da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, o deputado Paulo Maluf (PP-SP) defendeu o presidente, disse que o conhece há 35 anos e afirmou confiar em sua honestidade.
“Conheço Michel Temer há 35 anos, e 35 anos de convivência não dá para a gente se enganar”, disse.
Esse homem correto, decente e honesto está sendo acusado de maneira absolutamente imprópria”
Paulo Maluf (PP-SP)
Maluf, que foi prefeito de São Paulo, governador do Estado e candidato derrotado a presidente da República, disse fazer um apelo aos deputados como o “mais antigo homem público em exercício” no país”.
“Conheço a vida de Michel Temer. Quero dizer aos senhores que voto com convicção. Essa denúncia é vazia. Michel Temer é um homem correto”, afirmou Maluf.
Nesta quarta-feira (12), os deputados vão discutir o parecer do relator Sergio Zveiter (PMDB-RJ) favorável a que a Câmara autorize o prosseguimento do processo contra o presidente.
Temer foi denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) pelo crime de corrupção passiva. O presidente critica a denúncia de Rodrigo Janot e diz que não cometeu crimes.
Após o parecer ser votado na CCJ o caso é analisado pelo plenário da Câmara, onde é preciso o voto de ao menos 342 deputados para autorizar o prosseguimento da denúncia. Governistas querem fazer a votação no plenário até segunda. A oposição tenta adiar a votação para agosto.
Se aprovada na Câmara, a denúncia segue para o STF (Supremo Tribunal Federal), onde os 11 ministros da Corte decidem se abrem processo contra Temer. Essa decisão do STF tornaria Temer réu por corrupção e determinaria o afastamento dele do cargo por 180 dias. Em caso de afastamento de Temer, Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, assume a presidência.
A Procuradoria também estuda a apresentação de novas denúncias contra o presidente.
Deputados da oposição defenderam que a Câmara autorize o prosseguimento da denúncia, para que as suspeitas contra Temer sejam analisadas pelo STF.
“Se esta Casa [a Câmara] negar [a tramitação da denúncia] estará dizendo à sociedade brasileira: alguns podem cometer crimes diante de toda a nação e não serão responsabilizados porque esta Casa os protege”, disse Alessandro Molon (Rede-RJ).
Cronograma
Na CCJ, ainda não está confirmado quando o parecer de Zveiter será votado.
A fase de debates prevê que todos os 66 titulares e 66 suplentes da comissão possam falar, além de outros 40 deputados que não integram a CCJ. Se todos decidirem se manifestar, seriam cerca de 40 horas de debate.
O presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), tem afirmado que vai resistir a manobras de aliados do governo para encurtar o debate.
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