Reprovação a Temer sobe para 70%; maioria vê governo como pior que o de Dilma, diz Ibope
Pesquisa Ibope encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) mostra que o percentual de brasileiros que consideram o governo do presidente Michel Temer (PMDB) ruim ou péssimo é de 70%.
Com 70% dos brasileiros considerando o governo ruim ou péssimo, Temer empata com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e ambos passam a ter o maior índice de reprovação a um governo na série histórica da pesquisa CNI/Ibope, iniciada no governo de José Sarney (PMDB), em março de 1986.
Dilma alcançou esse patamar de reprovação em dezembro de 2015, no final do primeiro ano de seu segundo mandato, e seis meses antes de ser afastada do cargo com a abertura do processo de impeachment.
Na última pesquisa, divulgada em março, 55% dos brasileiros avaliaram o governo do presidente como ruim ou péssimo, percentual superior ao da sondagem publicada em dezembro, quando o governo Temer atingiu 46% de reprovação.
Esta foi a primeira pesquisa CNI/Ibope realizada após Temer ser denunciado por corrupção pela PGR (Procuradoria-Geral da República).
Ainda de acordo com a pesquisa, 5% avaliam o governo como ótimo ou bom. Em março esse percentual foi de 10%. Outros 21% consideram o governo regular, ante 31% na pesquisa de março. O Ibope ouviu 2.000 pessoas, em 125 municípios, de 13 a 16 de julho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
O índice de aprovação do governo Temer, com 5% de ótimo ou bom, é o menor de toda a série histórica CNI/Ibope. A menor aprovação de Dilma foi de 9%, em junho e dezembro de 2015, e Sarney obteve 7% de provação em junho e julho de 1989.
O percentual dos que disseram não saber ou não quiseram responder foi de 3%.
O gerente executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca, afirmou que o envolvimento do nome do presidente Temer em acusações de corrupção "certamente" teve impacto na queda de popularidade do governo, mas que a situação econômica do país, com desemprego elevado, também pode ter contribuído. "Certamente a questão do caso JBS foi um dos fatores que determinaram essa piora na popularidade", disse.
"Lembrando obviamente que existem outros fatores. Toda questão econômica. Por mais que tenhamos visto nos indicadores que a inflação reduziu bastante, isso levando a uma redução dos juros, estamos vendo que isso ainda não se fez valer na questão do desemprego, que continua elevado no país. Isso afeta", afirmou Fonseca.
Confiança e comparação com Dilma
Esta foi a quinta pesquisa CNI/Ibope sobre a aprovação ao governo Temer desde que o peemedebista assumiu a Presidência da República. Na primeira pesquisa, em junho do ano passado, Temer ainda ocupava o cargo de forma interina. Ele só foi efetivado na Presidência com a confirmação do impeachment pelo Senado, em agosto de 2016.
A pesquisa de julho deste ano também apontou o percentual dos brasileiros que dizem confiar ou não confiar no presidente Michel Temer. A desconfiança está na frente. Disseram não confiar em Temer 87% dos entrevistados, ante 79% em março e 72% na pesquisa de dezembro. Dizem confiar em Temer 10% dos entrevistados, ante 17% em março e 23% em dezembro.
Na comparação com o governo Dilma, 52% disseram que o governo Temer é pior que o da antecessora. Em março esse percentual foi de 41% e em dezembro, de 34%.
Só 11% disseram achar o governo Temer melhor que o governo Dilma, e 35% disseram avaliar os dois governos de forma igual. Apenas 2% disseram não saber ou não quiseram responder a esta pergunta.
Avaliação por áreas e noticiário
Na avaliação por área de governo, Temer se saiu pior na pergunta sobre impostos, onde 87% disseram desaprovar o governo do peemedebista. A pesquisa foi realizada antes do anúncio do aumento de impostos sobre os combustíveis. A segunda área pior avaliada no governo é a saúde, com 85% de desaprovação.
O setor do governo melhor avaliado foi a educação, com 22% de aprovação, ante 75% de reprovação.
A pesquisa também mediu a percepção das pessoas sobre o noticiário a respeito do governo. A maior parte, 64%, disse considerar que as notícias recentes foram “mais desfavoráveis” ao governo. Apenas 12% disseram lembrar de um noticiário “mais favorável” ao governo e outros 13% disseram que o noticiário não foi “nem favorável, nem desfavorável”.
As notícias sobre corrupção no governo foram as mais lembradas e foram citadas por 16% dos entrevistados. As notícias sobre a reforma trabalhista vêm na segunda posição, lembradas por 10% dos entrevistados. A Operação Lava Jato foi o terceiro assunto mais lembrado no noticiário, com 9% de menções.
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