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Temer promove jantar com ministros que podem voltar à Câmara para rejeitar denúncia

Antônio Imbassahy (e) é um dos ministros que podem voltar à Câmara para votar pela rejeição da denúncia contra Temer - Alan Marques/ Folhapress
Antônio Imbassahy (e) é um dos ministros que podem voltar à Câmara para votar pela rejeição da denúncia contra Temer Imagem: Alan Marques/ Folhapress

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

27/07/2017 17h08

O presidente da República, Michel Temer (PMDB), vai promover um jantar nesta quinta-feira (27), às 20h30, no Palácio do Jaburu para discutir as ações finais da força-tarefa montada antes da votação da denúncia apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) no plenário da Câmara dos Deputados.

Devem participar do encontro ministros responsáveis pela articulação política, como Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) e Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), e todos os ministros que se licenciaram dos mandatos de deputados federais para assumir as pastas. Ao todo, o governo conta com 12 ministros nessa condição.

Outros aliados que deverão estar presentes são o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Congresso, André Moura (PSC-SE), e os deputados Carlos Marun (PMDB-MS), Darcísio Perondi (PMDB-RS) e Beto Mansur (PRB-SP), entre outros.

No encontro, segundo apurou o UOL, será discutida a contabilidade dos votos atualizada quanto à denúncia, a ser julgada pelos parlamentares em sessão prevista para a próxima quarta-feira (2), e a volta dos ministros licenciados para a Câmara. A finalidade é garantir a quantidade de votos necessários – 172, ao todo – para barrar a denúncia na Casa e não correr o risco de o processo ser aberto no STF (Supremo Tribunal Federal).

Os ministros que contam com mandato parlamentar são Leonardo Picciani (Esporte), Raul Jungmann (Defesa), Fernando Coelho Filho (Minas e Energia), Mendonça Filho (Educação), Maurício Quintella (Transportes), Bruno Araújo (Cidades), Marx Beltrão (Turismo), Ricardo Barros (Saúde), Sarney Filho (Meio Ambiente), Osmar Terra (Desenvolvimento Social), Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) e Ronaldo Nogueira (Trabalho).

Governo contabiliza até 280 votos por rejeição

De acordo com o deputado Beto Mansur, responsável pela contabilidade dos votos e por guardar todos os dados dos posicionamentos em um arquivo no computador, o governo calcula até 280 votos pela rejeição da denúncia. No entanto, esse número conta com uma “gordura” e a avaliação nos bastidores é que estejam realmente garantidos cerca de 260 votos.

Os líderes e vice-líderes do governo, além do próprio presidente, têm feito uma força-tarefa de telefonemas nos últimos dias para tentar convencer deputados indecisos ou que ainda não se pronunciaram abertamente sobre como irão votar. Com a iniciativa, contabilizam ter reduzido de 80 para cerca de 60 o número de deputados "em aberto”.

“Se não tiver fato novo ou complicador maior, tudo vai acontecendo conforme o governo espera”, afirmou um assessor do Planalto.

Nesta quarta (26), integrantes da chamada tropa de choque de Temer se reuniram com o presidente no Planalto e lhe entregaram uma lista com os deputados mais “vulneráveis”. A ideia é que Temer ligue ou converse pessoalmente com esses deputados e assegure o apoio deles.