Temer deixa eventos no Planalto de lado para focar na articulação contra denúncia
Até esta quarta-feira (2), o presidente da República, Michel Temer, deve deixar de promover eventos no Palácio do Planalto e se dedicar integralmente à articulação política contra a denúncia apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República), que o acusa de corrupção passiva.
A denúncia já passou pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, onde foi rejeitada após mudanças de membros pelo governo, e está prevista para ser votada no plenário da Casa nesta quarta. Embora já estivesse voltado às conversas com parlamentares e auxiliares em seu gabinete durante todo o recesso, terminado nesta segunda (31), o presidente ainda participou de solenidades no Planalto na semana passada, como a assinatura de concessão de aeroportos e de mudanças no setor mineral.
Agora, apurou o UOL, nenhum evento deverá ser realizado até quarta-feira. Isso porque o governo ainda tenta assegurar o maior número de votos contra o processo e passou a trabalhar com dados mais realistas. No final de semana, em reuniões com ministros e integrantes de sua “tropa de choque”, Michel Temer foi informado de que, ao contrário do anunciado anteriormente por aliados, ele não deverá conseguir 280 votos a seu favor no plenário. A contabilidade mais “pés no chão” indica que o governo deve conseguir entre 200 e 250 votos pela rejeição da denúncia. Um quadro mais próximo ao resultado real só deve ser obtido na véspera da votação.
Temer precisa do apoio de 172 dos 513 deputados, mas quanto mais obtiver, maior a força transmitida pelo governo para aprovar a reforma da Previdência na sequência. A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) sobre o tema está pronta para ser votada no plenário da Câmara. No entanto, diante do agravamento da crise política, está parada na Casa desde 9 de maio. Por isso, o discurso a ser adotado pela base é de que “só o resultado importa”.
Dúvida sobre quórum
Embora a votação da denúncia esteja marcada para quarta-feira há pelo menos 15 dias e o governo trabalhe com este cenário, ela ainda não está garantida, pois depende da presença dos deputados em plenário. Para que a matéria seja colocada em votação, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), entende que é preciso haver pelo menos 342 deputados registrados no local.
A base aliada conta com 411 deputados, mas, na prática, nem todos votarão junto com o governo ou marcar presença no plenário. Para aliados de Temer, é consenso de que o Planalto não tem parlamentares suficientes para garantir o quórum mínimo exigido e é preciso contar com a oposição. Para não correr o risco de a votação não ser realizada na quarta e de ser adiada indefinidamente, deixando vulneráveis Michel Temer e as reformas propostas por ele, governistas têm reforçado a fala de que o recesso acabou e os deputados precisam cumprir o “dever cívico” de marcar presença.
A oposição, por sua vez, ainda estuda se irá comparecer ao plenário e tentar obstruir a matéria ou se irá se ausentar e tentar prorrogar a data votação o quanto puder. Uma reunião dos líderes opositores para definir a estratégia utilizada está marcada para esta terça (1º).
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