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Aloysio critica "confusão política" em novo programa do PSDB: "não me representa"

Ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes - Pedro Ladeira - 10.mar.2017/Folhapress
Ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes Imagem: Pedro Ladeira - 10.mar.2017/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

17/08/2017 21h18Atualizada em 17/08/2017 22h26

Membro do PSDB há 20 anos, Aloysio Nunes, ministro das Relações Exteriores, criticou a propaganda partidária da própria sigla veiculada na noite desta quinta-feira (17) em rede nacional. Ele afirmou que a peça publicitária representa "uma confusão política" do PSDB. 

Em texto publicado em suas contas nas redes sociais, Aloysio criticou o slogan usado no vídeo, de que o "PSDB errou". "Eu diria aos que conceberam e aprovaram essa mensagem: alto lá! Os governos tucanos que apoiei ou dos quais participei não se reconhecem nessa caricatura. Tenho 30 anos de vida parlamentar e nunca recebi dinheiro ou pedi vantagens para apoiar as agendas em que acredito", disse.

O ministro afirma que o PSDB dá um "tiro no pé" ao assumir quer teria "aceitado e praticado" irregularidades no mundo político, como "fisiologia como sistema de governo, a troca de favores e a distribuição de vantagens espúrias como forma de obter votos nas assembleias representativas". Aloysio destacou: "Que se aponte com clareza quem são os impuros, porque eu, como ministro, não visto a carapuça".

Em defesa dos ministros do PSDB no governo Temer, Aloysio disse que os cargos "não foram negociados por baixo do pano, por fisiologismo ou apego aos cifrões que aparecem nos olhos dos bonequinhos em que o programa representa 'os políticos'".

Segundo o ministro, o programa partidário deve ter sido motivo de risadas entre membros do PT, seu principal rival. "O PT, aliás, do Lula ao mais modesto dos seus aderentes, deve estar dando gargalhadas diante desse enorme tiro que a direção interina do PSDB desferiu no nosso próprio pé", afirmou. 

O político resumiu seu longo texto dizendo que "esse programa não me representa". O chanceler lembrou que não participou da concepção da propaganda e que sua opinião não foi solicitada. "Ele [o programa] passa ao largo dos problemas urgentes do país e das opções que o PSDB tem o dever de apresentar para seu enfrentamento".

Racha do PSDB

A propaganda veiculada pela primeira vez nesta quinta-feira foi mais um sinal do racha que envolve o partido. O texto do vídeo foi aprovado pelo presidente interino da sigla, senador Tasso Jereissati (CE), mas recebeu críticas internas de diversas alas tucanas.

A divisão reflete a opinião do PSDB sobre permanecer ou não no governo Temer. Enquanto Tasso e a maioria dos deputados insistem que o partido desembarque, alas lideradas por Aloysio, o senador Aécio Neves (MG) e o prefeito de São Paulo, João Doria, defendem a permanência no governo.

Atualmente, o PSDB conta com quatro pastas no ministério de Temer: Relações Exteriores (Aloysio Nunes), Cidades (Bruno Araújo), Secretaria de Governo (Antônio Imbassahy) e Direitos Humanos (Luislinda Valois).