'Figurões' da Lava Jato evitam imprensa e fãs em pré-estreia de filme sobre a operação
Cerca de duas mil pessoas lotaram as oito salas de cinema de um shopping em Curitiba nesta segunda-feira (28) para a pré-estreia nacional do filme Polícia Federal – A Lei é Para Todos. Com direito a tapete vermelho, atores, equipe e convidados estiveram no evento. No entanto, ao contrário do que se esperava, os personagens centrais da Operação Lava Jato evitaram os holofotes - alguns preferiram inclusive entradas alternativas - e não conversaram com a imprensa.
O juiz Sergio Moro, responsável pelos processos em primeira instância da Lava Jato, chegou ao cinema por volta das 21h15, acompanhado de sua mulher. Cercado por seguranças, ele não conversou com os jornalistas e recebeu tímidos aplausos antes de ingressar em sua sala para assistir ao filme. O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa, também evitou contato com a imprensa.
Igor Romário de Paula, delegado da Polícia Federal, afirmou que o lançamento do filme reforça a mensagem de que a Operação Lava Jato deve prosseguir, apesar dos movimentos políticos contrários à investigação. "A ideia é essa: levantar a discussão, conforme o filme mostra. Nós mostramos um pouco do nosso trabalho e sabemos que um dos personagens centrais representa vários delegados", avaliou.
Para o juiz Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara Federal, a obra é um reconhecimento ao trabalho dos órgãos. "A expectativa é de que o filme seja bem-feito, que retrate, na medida do possível, a realidade. É um reconhecimento do trabalho da Justiça Federal, Ministério Público Federal e da Polícia Federal", afirmou o magistrado, responsável pela Operação Carne Fraca.
O filme
Polícia Federal – A Lei É Para Todos teve um orçamento de R$ 15 milhões e é o primeiro filme de uma trilogia sobre a maior operação de combate à corrupção já realizada no país. Esta primeira parte retrata desde o início da Força-Tarefa até a 24ª fase da operação, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi levado para condução coercitiva, em março do ano passado.
Apesar de o filme se apresentar como uma ficção baseada em fatos reais, os roteiristas pesquisadores estiveram em Curitiba por cerca de um ano e meio para coletar informações e entender mais a fundo o funcionamento da operação. Além disso, a história foi adaptada do livro homônimo, de Carlos Graieb e Ana Maria Santos, que assim como a obra cinematográfica também teve seu enredo dividido em três volumes.
A Lava Jato
Iniciada em março de 2014, a Lava Jato começou a investigar quatro organizações criminosas lideradas por doleiros. Com o avanço da investigação, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal identificaram o esquema envolvendo a Petrobras. A apuração descobriu que grandes empreiteiras se organizavam em cartel e pagavam propinas para executivos e agentes públicos, que variavam de 1 a 5% dos contratos superfaturados.
A Operação, que está em sua 45ª fase, já citou grandes nomes da política brasileira, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci (PT-SP), o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) e o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), entre outras personalidades.
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