Moro autoriza permanência de Cunha em Brasília para interrogatório
O juiz Sergio Moro, da 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba, autozirou a permanência do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em Brasília até o dia 9 de outubro, quando ele será interrogado na ação derivada da Operação Sépsis, que trata de supostas irregularidades na liberação de valores do FI-FGTS (Fundo de Investimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).
A decisão pela permanência tinha sido dada na quarta-feira (20) pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal. Já a autorização era necessária porque Cunha é condenado de Moro e cumpre prisão em Curitiba. O ex-deputado está custodiado no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. O interrogatório na capital federal está previsto para as 14h.
No mesmo dia, será ouvido o delator Lúcio Funaro e o ex-ministro Henrique Eduardo Alves, que também são réus na mesma ação. Se quiserem, os três poderão acompanhar os interrogatórios. Os depoimentos dos réus estavam agendados para esta semana, mas as defesas pediram para que fosse adiado por ainda não terem acesso à delação de Funaro, apontado como operador do PMDB.
Cunha chegou à Papuda na última segunda-feira (18), a pedido de sua defesa, justamente para acompanhar os processos. Inicialmente, os advogados requisitaram, anteriormente que ele permanecesse de maneira definitiva em Brasília, deixando a custódia no Paraná. Moro, porém, ainda não decidiu sobre a permanência definitiva do ex-deputado na capital federal, segundo a Justiça Federal.
No seu interrogatório, Cunha deverá ser questionado sobre sua suposta atuação junto ao ex-vice-presidente de Fundos e Loteria da Caixa, Fabio Cleto. Em sua delação premiada, Cleto afirmou que o ex-deputado e o corretor Lúcio Bolonha Funaro intermediavam pagamento de propina para liberação de valores do FI-FGTS para grandes grupos econômicos.
As novas datas dos interrogatórios são:
- 4 de outubro, 10h: Fabio Cleto e Alexandre Rosa Margoto
- 9 de outubro, 9h: Lúcio Funaro
- 9 de outubro, 14h: Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves
O processo
Segundo o MPF (Ministério Público Federal), entre os anos de 2011 e 2015, o então deputado Eduardo Cunha atuou em um esquema de cobrança de propina a empresas beneficiadas pela Caixa Econômica Federal e ao FI-FGTS.
O esquema teria contado com a participação de Fábio Cleto, ex-vice-presidente de Loterias da Caixa Econômica Federal que posteriormente assinou um acordo de delação premiada.
Além de Cleto, Cunha e Alves, também são denunciados no processo o corretor Lúcio Funaro, apontado como operador do PMDB, e o empresário Alexandre Margotto, que firmou acordo de colaboração premiada.
Eduardo Cunha tem negado o envolvimento em qualquer prática ilegal. O advogado Marcelo Leal, que representa Henrique Alves no processo, afirma que não há no processo nenhuma prova contra seu cliente.
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