"Sem reforma da Previdência, não haverá como pagar aposentadoria", diz Temer a Silvio Santos
Em entrevista ao apresentador Silvio Santos, veiculada pelo SBT nesta noite de domingo (28), o presidente Michel Temer (PMDB) defendeu a necessidade de o Congresso Nacional aprovar a proposta do governo de reforma da Previdência.
"Se não houver uma reformulação da Previdência, o que vai acontecer daqui a dois, três anos, é aquilo o que aconteceu em Portugal e na Grécia: ou seja, a dívida previdenciária é tão grande, tão expressiva, que lá foi preciso cortar 30%, 40% dos vencimentos dos funcionários públicos".
Temer disse ainda que os Estados não terão como pagar a aposentadoria. "Hoje a dívida previdenciária é de R$ 189 bilhões, no ano seguinte será de R$ 220 bilhões".
"Quando você tem um equilíbrio das contas públicas, você tem queda da inflação, queda dos juros, você tem alimento mais barato. E quando não há essa possibilidade, as contas públicas crescem de uma tal maneira que você começa a ter prejuízos".
O presidente afirmou ainda que a reforma "não prejudicará os mais pobres".
"Esta (reforma da) Previdência não prejudica os pobres, os trabalhadores rurais estão excluídos (do projeto) e os deficientes físicos também", disse Temer, em conversa que foi gravada no último dia (18). "Quem vai sofrer uma pequena consequência é quem ganha 13, 14, 15, 20 mil reais", afirmou, destacando o estabelecimento de uma previdência complementar para quem deseja se aposentar com valores acima do teto do INSS (hoje em R$ 5.531,31).
Votação
Em busca de apoio ao seu projeto, Temer fez um afago aos deputados federais, durante sua conversa com Silvio Santos. "Os deputados tem consciência da necessidade da reforma da Previdência".
O governo tem prometido votar em 19 de fevereiro sua proposta, que enfrenta forte oposição de sindicatos e partidos de oposição. Na semana passada, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse que contabiliza no momento 275 votos favoráveis, dos pelo menos 308 necessários para aprovar a medida na Câmara dos Deputados.
No sábado (27), a Bandeirantes veiculou uma outra entrevista de Temer, dessa vez ao apresentador de televisão Amaury Jr. O presidente afirmou ter "certeza" de que seu governo conseguirá aprovar em fevereiro uma proposta de reforma da Previdência.
"Eu acho que a esta altura, do jeito que está, a reforma da Previdência, sem causar problema para ninguém, apenas cortando alguns privilégios, já está sendo absorvida pela população...tenho certeza de que em fevereiro nós vamos conseguir fazer a reforma da Previdência", disse Temer.
Temer afirmou ainda que não será candidato à reeleição neste ano e que quer ser "lembrado lá na frente como o sujeito que fez as reformas indispensáveis para o país".
Na entrevista a Silvio Santos, ele reafirmou que seu desejo não é disputar a reeleição. "Eu quero deixar um legado histórico. Quero que meu governo seja lembrado como um reformista", afirmou.
Na segunda-feira (29), o presidente participará de um programa na Rádio Bandeirantes, às 8h30. Ele será entrevistado por três jornalistas e um cientista político. O presidente tem se esforçado para popularizar a reforma e garantir assim o apoio dos deputados.
Assim como fez no programa do dono do SBT, Temer concedeu entrevista para o apresentador Ratinho, cujo programa vai ao ar a partir das 22h45 desta segunda-feira (28).
Eventos agro e pré-sal
Na terça-feira (30), pela manhã, o presidente viaja para a cidade de Rio Verde, em Goiás. Lá, ele anunciará a liberação de recursos para financiamento do pré-custeio da safra 2018/2019. No dia seguinte, quarta-feira (31), Temer participa de uma cerimônia no Palácio do Planalto, para assinatura dos contratos referentes ao último leilão do pré-sal.
* Com Estadão Conteúdo
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