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Datafolha: Ministro de Temer nega "repulsa"; pré-candidato do MDB fala em "histórico de sucesso"

Ivan Alvarado/Reuters
Imagem: Ivan Alvarado/Reuters

Luciana Amaral e Mirthyani Bezerra

Do UOL, em Brasília e São Paulo

17/04/2018 17h48Atualizada em 17/04/2018 18h30

Apesar da estagnação do índice de 70% de rejeição à gestão do presidente Michel Temer (MDB), o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB), afirmou nesta terça-feira (17) não existir “repulsa” ao governo.

Segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta terça, 70% da população brasileira considera o governo Temer como ruim ou péssimo, mesmo índice verificado em janeiro. Os que consideram a gestão regular (23%) e boa (6%) também permaneceram estáveis. A gestão do emedebista recebeu nota zero de 41% dos entrevistados e somente 2% a avaliaram com a nota máxima – dez pontos.

A nota média de janeiro para abril passou de 2,6 para 2,7. A mesma pesquisa Datafolha também revela que Temer atinge, no máximo, 2% das intenções de voto. O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, que se licenciou do cargo e se filiou ao MDB para se lançar candidato à Presidência, alcança 1%. O levantamento foi feito entre os dias 11 e 18 de abril com 4.194 pessoas em 227 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Ainda assim, para Marun, a população “já tem consciência de que o Brasil melhorou muito nestes quase dois anos de governo Temer”.

“Quantos adesivos de ‘Fora, Temer’ vocês vão ver em um carro aqui na frente [do Planalto]? Não tem, só um, dois. Lembram quantos viam antigamente? Não existe. Claro que a população, também considerando essa chuva de flechas envenenadas que recebemos, ainda tem [alguns adesivos], mas onde existe essa repulsa ao governo? Não existe”, afirmou.

Nesta terça (17), Temer almoçou com Marun e com líderes da base aliada na Câmara dos Deputados. De acordo com a assessoria do Planalto, compareceram 17 deputados federais de 13 diferentes partidos.

Para Marun, 40% dos que reprovam o governo devem ser “petistas”. “Sinceramente, li aquela pesquisa e fiquei ainda mais otimista em relação às possibilidades de que um candidato que representa o governo possa vencer as próximas eleições”, comentou.

Meirelles diz que não quer ser vice de Temer

Já o ex-ministro da Fazenda e também pré-candidato do MDB à presidência, Henrique Meirelles, disse nesta terça-feira em São Paulo não considerar a possibilidade de ser vice em uma chapa encabeçada por Temer. O ex-ministro afirmou ainda que existe dentro do partido preferência pelo seu nome.

“Meu projeto de fato é uma candidatura a presidente, que temos trabalhado e conversado nessa direção”, afirmou a jornalistas após evento com investidores promovido pelo Santander, no Itaim Bibi, em São Paulo.

“Eu acho que o presidente tem o direito legítimo de ser candidato e se julgarmos que ele condições de ser eleger certamente é uma opção legítima”, afirmou Meirelles.

Ferrenho defensor das reformas implementadas pelo governo Temer, Meirelles disse que “esse governo tem um histórico de sucesso” e que não existe a necessidade de se “descolar” da atual gestão ao ser questionado se o fato de 86% dos entrevistados do Datafolha terem respondido que não votariam em um candidato apoiado pelo atual presidente o faria procurar se descolar de Temer.

“Não tenho nenhuma preocupação de me colar ou descolar de ninguém. Eu acho que esse governo tem um histórico de sucesso. É um governo que encontrou o Brasil na maior recessão da história e o Brasil voltou a crescer”, disse o ex-ministro.