Defesa rebate Serraglio e diz que Aécio "jamais" interferiu na PF
Após o ex-ministro da Justiça Osmar Serraglio (PP-PR) afirmar, em entrevista ao jornal O Globo, que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) teria pressionado para conseguir trocar delegados da Polícia Federal à frente de inquéritos contra ele, a defesa do tucano afirmou que o senador “jamais tentou interferir” nas investigações contra ele.
Serraglio, que é deputado federal, afirmou a O Globo que, quando este era ministro da Justiça, Aécio teria lhe pressionado para conseguir a nomeação de delegado de sua preferência para tocar inquéritos contra ele.
O advogado do tucano, Alberto Zacharias Toron, negou a afirmação do ex-ministro e disse, na nota, que no diálogo Aécio apenas demonstrou seu “inconformismo” com abertura de investigações sem provas.
“Todas as conversas que ele teve sobre o tema foram no sentido de mostrar seu inconformismo com inquéritos abertos sem qualquer base fática, em especial, com a demora em serem concluídos, levando a um inevitável desgaste”, disse Toron.
“A defesa do senador reafirma portanto, não ter havido nenhuma atitude imprópria de sua parte e lamenta que isso possa ter sido entendido de forma diversa”, afirma o advogado, na nota.
A suposta tentativa de trocar delegados responsáveis por investigações foi um dos motivos aceitos pelo STF (Supremo Tribunal Federal) para determinar a abertura de ação penal contra Aécio pelo crime de obstrução de Justiça.
Nesse processo o senador também se tornou réu por corrupção, sob a suspeita de ter recebido em propina R$ 2 milhões do empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS.
A defesa de Aécio afirma que o valor se refere a um empréstimo feito legalmente. O repasse foi feito em dinheiro, em quatro parcelas entregues a um primo de Aécio no escritório da JBS em São Paulo.
Serraglio também disse ter sido indicado como testemunha e afirmou que irá contar sua versão dos fatos quando prestar depoimento.
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