Topo

Tríplex no Guarujá atribuído a Lula recebe primeiro lance em leilão judicial

Bernardo Barbosa

Do UOL, em São Paulo

15/05/2018 11h37Atualizada em 15/05/2018 11h51

O leilão judicial do apartamento tríplex no Guarujá (SP), imóvel que protagonizou o processo que levou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à prisão, recebeu, até as 11h20 desta terça-feira (15), um só lance por sua compra. 

O prazo para apresentar propostas termina às 14h. O único lance, de R$ 2,2 milhões (valor mínimo), veio de uma pessoa de Piracicaba (SP) e foi feito por volta das 21h de segunda (14). O nome da pessoa que fez a oferta não foi divulgado.

O dinheiro da venda será destinado a ressarcir a Petrobras. O valor de R$ 2,2 milhões é o da avaliação judicial do tríplex, que tem uma área total de 297 m², com quatro quartos, churrasqueira e piscina, e fica na praia das Astúrias.

"Existe um elevador que integra os três andares, sendo que não foi possível verificar seu funcionamento visto que a luz da unidade não está ligada", diz a descrição do imóvel no site do leilão, que recebeu quase 50 mil visitas.

A página também informa a eventuais interessados no tríplex que o apartamento tem uma dívida de condomínio que soma R$ 47.204,28. O débito será de responsabilidade de quem arrematar o imóvel. 

Outra dívida que deverá ser paga pelo comprador é a do IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano), que passa dos R$ 100 mil. 

Após a prisão de Lula, em abril, o tríplex chegou a ser ocupado por algumas horas por integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto). 

Lula foi condenado em duas instâncias no processo do tríplex, da Operação Lava Jato, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele cumpre pena de 12 anos e um mês em Curitiba. A condenação pode deixá-lo inelegível pela Lei da Ficha Limpa.

Para o juiz Sergio Moro, da Justiça Federal do Paraná, e o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), Lula recebeu propina de R$ 2,2 milhões da construtora OAS por meio do tríplex e de reformas feitas no imóvel como parte de um esquema de corrupção em contratos da Petrobras. A defesa de Lula diz que não há provas dos crimes imputados ao ex-presidente.