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Ex-segurança da equipe de Lula diz que ia a Atibaia a mando de Marisa 3 a 4 vezes por semana

Ana Carla Bermúdez

Do UOL, em São Paulo

13/06/2018 21h31

Ex-segurança da equipe do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Itamar de Oliveira afirmou nesta quarta-feira (13) ao juiz Sergio Moro que cumpria ordens da ex-primeira-dama Marisa Letícia no sítio de Atibaia (SP) e que, a mando dela, ia até o local de 3 a 4 vezes por semana entre 2010 e 2011.

Oliveira foi ouvido como testemunha de defesa de Rogério Aurélio Pimentel, assessor especial de Lula à época da Presidência da República. Nesta ação, Lula é acusado pelo MPF (Ministério Público Federal) de ter recebido propina de R$ 1,02 milhão das empresas Odebrecht, OAS e Schahin por meio de obras feitas no sítio, que era frequentado pelo ex-presidente e sua família.

O ex-segurança contou que trabalhou com Aurélio por seis anos, desde 2005, começando como segurança e depois passando a assistente de ordem. Ele disse ainda que apenas entre dezembro de 2010 e janeiro de 2011 --período que coincide com as obras realizadas no sítio, que tiveram início no fim de 2010-- levou Aurélio à propriedade de três a quatro vezes por semana. Tanto ele como Aurélio, afirmou Oliveira, cumpriam ordens dadas "especialmente" por Marisa Letícia.

Oliveira disse ainda que, junto a Aurélio, se deslocava do apartamento do ex-presidente, em São Bernardo do Campo (SP), até o sítio. Em todos os casos, afirmou, Marisa Letícia era quem determinava quais “serviços” deviam ser feitos.

Segundo a defesa de Fernando Bittar, um dos donos do sítio e amigo de Lula, as obras foram feitas a pedido de Marisa Letícia, com autorização de Bittar.

O MPF acusa Lula de ser o real proprietário do sítio. O advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, diz que o ex-presidente não é e jamais foi o proprietário desse sítio e tampouco solicitou ou recebeu qualquer vantagem indevida.

Moro ainda ouviu nesta quarta o motorista Moisés Madalena Hipólito Júnior, arrolado pela defesa do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula que também é réu no processo. O MPF acusa Bumlai de intermediar as reformas, ocultando a origem dos recursos.

O motorista afirmou que levou Bumlai ao sítio pelo menos três vezes e que, em uma delas, o pecuarista foi acompanhado do empresário Reinaldo Bertin, seu sócio na Usina São Fernando, quando os dois teriam discutido uma reforma para construção de cinco suítes na propriedade. Ele disse, no entanto, não saber por que os dois estavam envolvidos com a obra e afirmou que nunca soube quem era o proprietário do sítio.

Veja imagens do sítio em Atibaia

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