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Cabral é condenado a 12 anos de prisão por superfaturamento no Maracanã e PAC Favelas

Giuliano Gomes/PR Press/Estadão Conteúdo
Imagem: Giuliano Gomes/PR Press/Estadão Conteúdo

Guilherme Mazieiro

Do UOL, em São Paulo

12/09/2018 18h45Atualizada em 13/09/2018 09h07

A 7ª Vara da Justiça Federal do Rio de Janeiro condenou, nesta quarta-feira (12), o ex-governador Sérgio Cabral a 12 anos e 10 meses de reclusão em regime fechado, por fraude à licitação referente às obras de modernização do Estádio do Maracanã e sobre o conjunto de favelas do PAC Favelas (Programa de Aceleração do Crescimento). Com essa decisão do juiz Marcelo Bretas, as penas somadas de Sérgio Cabral chegam a 182 anos de prisão. Nesta terça-feira (11), o ex-governador tinha sido condenado a 47 anos de detenção.

Bretas considerou que, neste caso, Cabral foi o “principal idealizador dos esquemas ilícitos” e que "agiu motivado por ambição desmedida". O MPF (Ministério Público Federal) apontou que houve superfaturamento de R$ 29,5 milhões nas obras do Maracanã. Nas obras do PAC-Favelas foram R$ 127,3 milhões no Complexo do Alemão, outros R$ 41,5 milhões relativos a Manguinhos e R$ 12,2 milhões na Rocinha.

Além do ex-governador, o ex-secretário de governo Wilson Carlos e o ex-sub-secretário de obras Hudson Braga foram condenados a 11 anos e 6 meses de prisão.

O delator e empresário Benedicto Barbosa Júnior foi condenado a cumprir 6 anos de reclusão em regime inicial semi-aberto. O juiz Marcelo Bretas ainda determinou que e o empresário Fernando Cavendish, da Delta Construções, e Marcos Vidigal do Amaral cumpram 3 anos de detenção em regime aberto. Paulo Meríade foi condenado a 2 anos e 8 meses de reclusão também em regime aberto.

Bretas absolveu 8 réus. Quatro deles dos crimes de fraude à licitação. São eles: Louzival Luiz Lago Mascharenhas Júnior, Marcos Antonio Borghi, Eduardo Soares Martins e Irineu Berardi Meireles.

Juarez Miranda Júnior, Karine Karaoglan Khoury Ribeiro e Paulo Cesar Almeida Cabral foram inocentados da acusação de formação de cartel. Outro réu absolvido foi Ícaro Moreno Júnior, ele era acusado de fraude à licitação.

O ex-governador responde a 25 acusações na Justiça. Ele está preso desde 2017 por diversos crimes. Sua mulher, Adriana Ancelmo, condenada em parte dos crimes que envolvem o marido, cumpre prisão domiciliar. Os bens do casal estão indo a leilão para restituir ao estado um montante que pode chegar a R$ 224 milhões.

A reportagem ligou nos escritórios das defesas de Sérgio Cabral, Fernando Cavendish, Benedicto Barbosa, Marcos Vidigal e Wilson Carlos, mas não localizou ninguém. O escritório de Roberto Pagliuso, defensor de Hudson Braga, informou que o advogado não estava.

A reportagem não conseguiu contato com as defesas dos demais condenados.