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Moro anuncia dois delegados da PF para nova secretaria e Depen

Felipe Amorim e Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

26/11/2018 14h04Atualizada em 26/11/2018 15h34

O futuro ministro da Justiça, Sergio Moro, anunciou nesta segunda-feira (26) o nome de dois novos integrantes de sua equipe. O ex-delegado da PF (Polícia Federal) em Curitiba Rosalvo Ferreira Franco foi indicado para ocupar o cargo de chefe da Secretaria de Operações Policiais Integradas. O outro nome anunciado foi o delegado da PF Fabiano Bordignon para comandar o Depen (Departamento Penitenciário Nacional). 

A secretaria será criada pela gestão Moro e precisa da aprovação de uma medida provisória ou de um decreto regulamentador para que entre efetivamente em vigor.

Franco foi superintendente regional da PF no Paraná de 2013 a 2017, e estava no cargo no início da Operação Lava Jato. Segundo Moro, a nova secretaria será responsável por coordenar a atuação das polícias federal, estaduais e distrital a nível nacional, sem desrespeitar a autonomia de cada uma.

rosalvo pf - Geraldo Bubniak/AGB/AE - 10.nov.2016 - Geraldo Bubniak/AGB/AE - 10.nov.2016
O então superintendente da Polícia Federal no Paraná, delegado Rosalvo Ferreira Franco
Imagem: Geraldo Bubniak/AGB/AE - 10.nov.2016

Moro afirmou que a criação da secretaria mira o combate a grupos criminosos que atuam além das fronteiras estaduais.

"A ideia dessa secretaria é poder coordenar operações policiais a nível nacional, hoje nós temos muitos grupos criminosos ou muitas atividades criminosas que transcendem as fronteiras estaduais", disse.

Segundo Moro, Rosalvo Franco atuou no auge da Lava Jato durante sua permanência à frente da Superintendência da PF em Curitiba.

"O delegado Rosalvo provou seu valor, sua integridade e sua competência durante esse trabalho, é um grande nome para exercer essa função, considerando toda a sua experiência policial", afirmou Moro.

Segundo Moro, a criação de uma secretaria dentro do ministério para coordenar as operações policiais tem como um dos objetivos desafogar as atividades da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública) que, dessa forma, poderia se dedicar melhor à implementação do Susp (Sistema Único de Segurança Pública), sistema nacional criado em junho pelo governo Michel Temer (MDB) com o objetivo de integrar a atuação e padronizar procedimentos dos órgãos de segurança federais e dos estados.

"Em princípio a ideia é essa, até pra aliviar a Senasp, para que ela possa cuidar melhor da implementação do Susp. Então a Senasp ficaria encarregada mais de cuidar da superestrutura, de efetuar repasses para os estados se reequiparem, coordenar ações de uniformização de procedimentos, trabalhar questões relativas à gestão e deixaria essa parte de operações policiais para uma outra secretaria", disse Moro.

"As duas tarefas são imensas, por isso é relevante essa separação", afirmou o futuro ministro da Justiça.

Foto de arquivo do delegado da Polícia Federal Fabiano Bordignon - CS/PF/Foz - CS/PF/Foz
Foto de arquivo do delegado da Polícia Federal Fabiano Bordignon
Imagem: CS/PF/Foz

Sobre o delegado da PF Fabiano Bordignon, que irá comandar o Depen, Moro disse que trata-se de "um profissional extremamente qualificado para a função" e agora ocupará uma função “estratégica”. 

Bordignon atua na PF em Foz do Iguaçu (PR) e tem experiência no combate a organizações criminosas que atuavam na fronteira. Bordignon também já foi diretor de presídios federais

O futuro ministro da Justiça disse saber da expectativa de que um agente penitenciário fosse anunciado como chefe do Depen, mas garantiu que a categoria será valorizada e terá “papel importante” na reorganização da pasta.

Moro defendeu que sejam construídos mais presídios em tempos mais curtos. No entanto, ao ser questionado se parcerias público-privadas seriam um caminho, preferiu não responder.

Lava Jato no Executivo

A indicação de Rosalvo Franco é mais uma de integrantes que tiveram atuação próxima à Operação Lava Jato em Curitiba e que chegam agora ao Executivo.

O futuro chefe da Polícia Federal será o delegado da PF Maurício Valeixo, que esteve à frente da Diretoria de Combate ao Crime Organizado e era superintendente da PF no Paraná desde o fim de 2017.

Moro também anunciou o nome da delegada da PF Érika Marena como futura chefe do DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional) do Ministério da Justiça.

Marena foi responsável por batizar a Operação Lava Jato e ajudou a montar a equipe de policiais que iniciou as investigações. No Paraná, ela chefiou a delegacia de combate a crimes financeiros.