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Fachin abre processo no STF para apurar suposto caixa 2 de Onyx

Futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, chega ao CCBB - Marcelo Camargo-4.dez.2018/Agência Brasil
Futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, chega ao CCBB Imagem: Marcelo Camargo-4.dez.2018/Agência Brasil

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

04/12/2018 12h00Atualizada em 04/12/2018 15h25

A pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), o ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a abertura de processo para apurar o suposto pagamento de caixa 2 dois ao deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), futuro ministro da Casa Civil do governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). 

Os acordos de delação da JBS apontaram dois repasses a Onyx, um de R$ 100 mil em 2014 e outro de R$ 100 mil em 2012. Onyx já admitiu em uma entrevista ter recebido R$ 100 mil da JBS em 2014 e pediu desculpas, mas negou a segunda denúncia de caixa 2 revelada pelo jornal "Folha de S.Paulo". Após a autuação do processo em separado, a PGR deverá analisar se pede a abertura de inquérito.

A PGR pediu que o caso de Onyx fosse analisado separadamente, assim como outros supostos casos de caixa 2 apontados por delatores da JBS. O tipo de processo instaurado nesta terça por Fachin, uma petição, permite a prática de atos investigativos semelhantes aos de um inquérito, como a possibilidade de medidas cautelares como, por exemplo, a quebra de sigilos.

Em 27 de novembro, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu a abertura de uma "petição autônoma" específica para analisar as acusações de caixa 2 feitas por delatores da empresa a dez parlamentares, incluindo Onyx Lorenzoni, que comanda a transição do governo Jair Bolsonaro. 

Além de Onyx, Fachin também atendeu ao pedido da PGR para abrir processo contra seis deputados federais: Paulo Teixeira (PT-SP), Alceu Moreira (MDB-RS), Jeronimo Goergen (PP-RS), Zé Silva (SD-MG), Marcelo Castro (MDB-PI), Welington Fagundes (PR-MT), e três senadores: Ciro Nogueira (PP-PI), Renan Calheiros (MDB-AL) e Eduardo Braga (MDB-AM). A delação da JBS aponta caixa 2 no ano de 2014 em relação a todos eles, menos Paulo Teixeira, a quem a referência é de que a prática teria ocorrido em 2010.

Na manifestação enviada pela PGR ao Supremo Dodge pediu a separação dos trechos das delações da JBS sobre caixa 2 específicos sobre dez autoridades - deputados e senadores à época dos fatos narrados e que seguirão com prerrogativa de foro em 2019 vão ser alvo de procedimentos semelhantes, que podem resultar na abertura de inquérito ou mesmo em formulação de denúncia.

Outro lado

Onyx admitiu ter recebido R$ 100 mil de caixa 2 em 2014 para quitar gastos de campanha e, na ocasião, afirmou que deveria "pagar pelo erro". Sobre a acusação de ter recebido R$ 100 mil também em 2012, Onyx rebateu a delação e disse não ter nada a temer.

"Nada temo, não é a primeira vez que o sistema tenta me envolver com a corrupção. Alto lá, sou um combatente contra a corrupção e essa é a história da minha vida", disse, logo após essa segunda suspeita ser revelada pela imprensa. (*Com informações do Estadão Conteúdo)