Doria diz ter certeza que PSDB vai votar em Maia na Câmara
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disseram que não trataram da eleição à Presidência da Casa no encontro que tiveram nesta sexta-feira (4). O tucano adiantou, no entanto, que apoia a recondução de Maia e que a bancada federal do partido deve apoiá-lo majoritariamente.
"Eu, como governador do estado, sou favorável à recondução de Maia para a Presidência da Câmara e posso adiantar que a bancada federal do PSDB, majoritariamente, deverá votar em Maia", disse o tucano que, no entanto, salientou que a orientação deve ser do partido, presidido por Geraldo Alckmin.
Segundo Maia, a reunião entre os dois foi de caráter institucional e já estava agendada, uma vez que o parlamentar não pôde acompanhar a posse de Doria por estar no Rio. O parlamentar do DEM disse ainda que vai ligar, "nos próximos dias", a Alckmin.
Bolsonaro não declarou apoio
Rodrigo Maia (DEM-RJ), minimizou o fato de o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), não ter declarado publicamente apoio às intenções do deputado de se reeleger presidente da Câmara. Ao todo, três partidos já declararam apoio formal a Maia: PSL, de Bolsonaro, PRB e PSD.
O anúncio do PSL acabou afastando o PT, dono da maior bancada eleita. A eleição da nova mesa da Câmara é em fevereiro.
"Ele [Bolsonaro] acompanhará o partido [PSL] e me apoiará; me disse várias vezes, e com correção, que não se posicionaria. Dilma participou e perdeu; não tem por que ele participar", disse.
Maia se referiu ao apoio da então presidente Dilma Rousseff (PT) ao petista Arlindo Chinaglia à presidência da Casa, em 2015, quando perdeu a disputa para Eduardo Cunha (MDB) -- preso há mais de dois anos por condenações decorrentes da operação Lava Jato.
Questão Kassab
Hoje à tarde, Maia se reúne na capital paulista com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, secretário licenciado da gestão Doria.
O Diário Oficial do Estado de São Paulo publicou hoje a confirmação do afastamento de Kassab da Casa Civil do governo, retroativo a ontem. Ele se defende de acusações de corrupção no caso JBS e não participou da primeira reunião do secretariado, na quarta-feira (2).
"Converso com Kassab e todos os partidos quase todos os dias. Caminhávamos juntos todo dia, em Brasília, mas, infelizmente, nenhum dos dois emagreceu", afirmou Maia.
Indagado em mais de uma oportunidade sobre o afastamento do secretário, Doria limitou-se a afirmar que "o tema do encontro é a reforma da previdência". É a segunda entrevista coletiva, desde que tomou posse, que o tucano evita se pronunciar sobre o assunto.
Idades mínimas propostas por Bolsonaro
"Vou aguardar que o governo encaminhe a proposta final; não vou ficar tratando por partes", disse Maia sobre a proposta de reforma da previdência anunciada por Bolsonaro.
Ontem, em entrevista ao SBT, Bolsonaro defendeu idade mínima de aposentadoria de 57 anos para mulheres e de 62 anos para homens, de forma gradativa. A proposta atenua a reforma apresentada pelo ex-presidente Michel Temer (MDB), que propunha 65 anos para obtenção do benefício, inicialmente para ambos os sexos.
"Mas menos idade, sem transição, não dá. Sou dos que entendem que a reforma é decisiva e para os brasileiros mais necessitados", discursou Maia.
O parlamentar também classificou a aprovação da reforma como "a agenda principal, independentemente de qualquer coisa", dos primeiros seis meses deste ano.
Doria reiterou apoio à iniciativa. "Que o Congresso possa deliberar e votar reforma. A bancada de São Paulo está orientada a apoiar fortemente a reforma", resumiu o governador.
Estiveram presentes também os deputados Alexandre Leite e Davi Soares, ambos, do DEM, além do vice-governador Rodrigo Garcia (DEM).
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