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Maia busca Doria por apoio do PSDB para a reeleição na Câmara

Daniel Weterman

São Paulo

04/01/2019 09h32Atualizada em 04/01/2019 13h09

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vai buscar apoio do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), para sua tentativa de reeleição no comando da Casa Legislativa. Os dois se reúnem nesta sexta-feira, 4, no Palácio dos Bandeirantes.

Doria tenta aumentar sua influência no comando nacional do PSDB e reforçou sua aproximação com Maia após ser eleito governador. Na Câmara, a legenda tucana ainda não oficializou sua posição em relação à eleição para a Mesa Diretora. Mas há indicação de que isso aconteça. No último dia 2, o líder do partido na Casa, Nilson Leitão (MS), declarou que a tendência do PSDB é apoiar Maia.

Na quinta-feira, PSL, PRB e PSD anunciaram apoio formal a Maia. O PSD elegeu 34 deputados para a nova legislatura. O PSL terá ao menos 52 parlamentares na Casa - o número deve crescer já que eleitos já sinalizaram a possibilidade de migrar para a legenda de Bolsonaro. Já o PRB, terá 30 deputados. Com isso, se os deputados forem fiéis às orientações de suas lideranças, Maia poderá ter ao menos 145 votos, incluindo nesta conta os 29 do próprio DEM na Câmara.

Apoio a Maia pode aproximar PSL de PSDB e MDB

O presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, afirmou nesta sexta-feira, 4, que o apoio de seu partido à candidatura de Rodrigo Maia (DEM) à reeleição na Câmara pode representar uma aproximação do PSL com outras siglas, como o PSDB e o MDB. "O PSL tem todo interesse que todos os partidos se aglutinem porque Maia está imbuído dos melhores propósitos e a gente quer reformas", disse Bivar à Rádio Eldorado.

Questionado se isso representaria uma aproximação do PSL com partidos como o PSDB e MDB, Bivar respondeu: "Sim, com certeza. Ele (Maia) poderia ser ser eleito por aclamação. A gente quer ganhar a eleição, para dar viabilidade a uma agenda que melhora nosso país. Não é governo, partido. É o Brasil que está acima de tudo."

Bivar negou novamente que o apoio do PSL tenha sido um exemplo do "toma lá, dá cá" da chamada velha política, criticada por quadros do partido do presidente eleito Jair Bolsonaro. O PSL negociou a 2ª vice-presidência da Câmara e os comandos das Comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e de Finanças da Casa para apoiar Maia.

"Aquilo ali não é remuneratório. É um organismo que existe no nosso processo eleitoral (da Câmara). São ônus, não cargos", disse Bivar. "Ônus para examinar projetos de lei, para dar viabilidade ao governo. Se não é o PSL, estará outro partido qualquer. Não é questão de toma lá, dá cá. Não tem ninguém com vantagem pessoal ali."

Bivar também falou da pré-candidatura de Major Olímpio (PSL-SP) à presidência do Senado, confirmada na quinta após reunião dos eleitos do partido. Ele não descarta a possibilidade de que o senador eleito abra mão de sua candidatura em favor de outra com mais "densidade eleitoral".

"Major Olímpio é um homem razoável e que vai aglutinar com outros candidatos que porventura tenham mais densidade eleitoral. Se isso acontecer, o Major tranquilamente se junta. Eu mesmo era candidato do partido à presidência da Câmara, achei que seria insuficiente mesmo com 53 votos (número de deputados do PSL na Casa), porque Maia tem mais tecnicidade para presidir. Não estamos atrás de vaidade. Mas se aglutinar, teremos 25, 27 dias ainda para discutir."

Questionado sobre um possível apoio do PSL a Tasso Jereissati (PSDB-CE), Bivar disse que Major Olímpio tem todas as condições para presidir a casa. "Se outros candidatos não decolarem, ele tem condição de aglutinar (apoio). Se isso não acontecer, ele se juntará a quem tem viabilidade e o mesmo que aconteceu na Câmara será feito no Senado."