Estão forçando a barra, diz Kátia Abreu sobre voto aberto no Senado
A senadora Kátia Abreu (PDT-TO) disse na noite desta sexta-feira (1º) que "estão forçando a barra" para que a escolha do novo presidente do Senado se dê por votação aberta.
A declaração de Kátia foi dada logo após a suspensão da conturbada sessão do Senado hoje. Em meio ao acalorado debate sobre o voto aberto e a uma série de impasses sobre a condução dos trabalhos pelo presidente em exercício da Mesa Diretora do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) -- que também é candidato ao comando da Casa --, as atividades foram suspensas e serão retomadas às 11h de sábado (2), quando deverá enfim haver a votação.
Uma das mais veementes opositoras à presença de Alcolumbre no comando da sessão de hoje, Kátia Abreu questionou o fato de a mesma pressão por votação aberta não ter ocorrido na Câmara, e perguntou por que motivo "estão forçando a barra no Senado".
"São aqueles, que são uma minoria, que não têm votos para ganhar no Senado, e acham que constrangendo os senadores terão o voto da maioria", afirmou à TV Senado.
Apesar de declarar que sempre abre seus votos, a senadora disse que, "por princípio democrático", é a favor da votação secreta para eleições presidenciais em todas as instâncias. "É assim no mundo inteiro", afirmou.
Após o fim da sessão de hoje, Alcolumbre declarou que pretende abrir as atividades neste sábado. "Vou tentar retornar. O certo era retornar para abrir a sessão", disse.
Questionado se o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), teria de alguma forma patrocinado a sua candidatura à chefia do Congresso, Alcolumbre negou.
"Essa estratégia [presidir e aprovar o voto aberto antes de se lançar candidato] é a estratégia do povo brasileiro. Eu tenho muito orgulho de ter apresentado para o Brasil o papel que eu apresentei hoje."
A discussão para decidir se a votação para a escolha da Presidência do Senado seria ou não secreta tem como pano de fundo a candidatura de Renan Calheiros (MDB-AL) ao comando do Senado. Parlamentares que apoiavam o seu nome acreditavam que, se a votação fosse secreta, como manda o Regimento Interno da Casa, Renan teria mais chances de vencer a disputa.
Por outro lado, os partidários das candidaturas contrárias à de Renan dizem acreditar que se a votação fosse nominal e aberta, menos parlamentares se sentiriam dispostos a votar no emedebista.
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