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Por financiamento ilegal de campanha, TRE torna Pezão inelegível até 2022

O ex-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, no Palácio da Guanabara - Zo Guimaraes/Folhapress
O ex-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, no Palácio da Guanabara Imagem: Zo Guimaraes/Folhapress

Alex Tajra

Do UOL, em São Paulo

05/02/2019 16h12

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE/RJ) declarou o ex-governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão (MDB) inelegível até 2022. A deliberação, divulgada nesta terça-feira (5), foi unânime e acompanhou o parecer da Procuradoria Regional Eleitoral do Rio.

Pezão foi condenado por abuso de poder político e econômico e por conceder vantagens financeiras a empresas que se comprometessem a doar para sua campanha de 2014.

O processo havia sido movido pelo então deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) e também envolve o ex-vice-governador, Francisco Dornelles (PP). O TRE, no entanto, absolveu Dornelles por maioria. O recurso de Pezão foi rejeitado na última segunda (4).

Segundo a Procuradoria, ficou comprovada uma "manobra de financiamento" de campanha apoiada por empresas que firmaram contratos com o poder público. "A gravidade dos fatos configurou o ato abusivo, dada a articulação de recursos financeiros à disposição do Estado em prol da campanha eleitoral", afirmou o procurador eleitoral Sidney Madruga em nota.

As investigações da Justiça apontam para o uso, por parte de Pezão, de sua posição no Executivo para favorecer sua própria reeleição. De acordo com a PRE, cinco fatores caracterizaram o abuso de poder: "a concessão de títulos de indenização à doadora construtora Queiroz Galvão; o pagamento a mais em contratos, a título de manutenção do equilíbrio econômico-financeiro em favor da Oi/Telemar; sucessivas prorrogações de consórcios ineficientes; o uso de comodato em bens públicos para favorecimento da companhia doadora JBS; e arrecadação R$ 40 milhões acima do segundo candidato de maior receita, do PT."

A decisão vem após uma anulação de outro julgamento do TRE que também versava sobre a cassação dos mandatos de Pezão e Dornelles. Em fevereiro de 2017, um placar de 3 a 2 garantiu a cassação dos dois políticos, mas o TSE anulou a decisão por avaliar que o quórum não fora suficiente.