Olavo de Carvalho pede que ex-alunos deixem governo: quem são esses nomes?
"Guru" intelectual de Jair Bolsonaro (PSL), o jornalista Olavo de Carvalho foi apontado como um dos nomes mais influentes na formação dos primeiros escalões bolsonaristas.
O pensador, que chegou a dizer que tinha "gastado o estoque de ministros", pediu na última madrugada a seus ex-alunos no governo Bolsonaro que peçam exoneração.
Olavo não falou nada sobre ministros indicados por ele -- Ricardo Vélez, da Educação, e Ernesto Araújo, das Relações Exteriores. Em teoria, a recomendação não se aplica a eles, já que, até onde se sabe, não foram alunos dos cursos online de Olavo de Carvalho.
"Eu não sou aluno dele. Sei lá, se a gente acha que isso vai ferir a base do presidente da República eleito com 50 e poucos milhões de votos...", minimizou nesta noite o general Augusto Heleno, chefe do gabinete de Segurança Institucional, sobre a possibilidade de debandada nos ministérios.
Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, um funcionário importante no MEC deixou a função hoje -- horas depois do pedido público de Olavo de Carvalho: Tiago Tondinelli, ex-aluno do guru, e chefe de gabinete da pasta. Ele apontou razões pessoais para a decisão.
Ao menos outros quatro ex-alunos de Olavo estão nos segundo e terceiro escalões do governo Bolsonaro:
Adolfo Sachsida, secretário de Política Econômica do Ministério da Economia
Pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e doutor em economia pela Universidade de Brasília, Sachsida foi um dos principais articuladores do plano de governo do presidente. Quando Paulo Guedes se aproximou de Bolsonaro, Sachsida se tornou seu braço direito.
Nas redes sociais, Sachsida tem publicações elogiosas a Olavo de Carvalho, com quem diz ter começado a estudar há 14 anos.
Carlos Nadalim, secretário de Alfabetização do MEC
Em postagem feita em 2015, Olavo exaltou Nadalim dizendo que ele fez "mais pela educação brasileira do que todos os iluminados do MEC juntos".
Segundo reportagem da Folha, a experiência de Nadalim na área se concentra em uma escola de médio: ele foi coordenador pedagógico em uma instituição mantida pela família no interior do Paraná.
Na postagem, o guru diz que uma aluna levou apenas 3 meses para alfabetizar o filho de 4 anos, usando a pedagogia desenvolvida pelo hoje secretário de Alfabetização do MEC.
Filipe Martins, assessor da presidência
Em seu perfil no Twitter, Martins se apresenta como professor de política internacional e analista político.
É formado em relações internacionais pela UnB (Universidade se Brasília) e ocupa a diretoria de assuntos internacionais do PSL. Foi aluno do Curso Online de Filosofia de Olavo de Carvalho, de quem é admirador.
Murilo Resende Ferreira, assessor do MEC
No início do governo Bolsonaro, o economista e ex-aluno de Olavo, Murilo Resende Ferreira, ganhou e perdeu a coordenação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) -- em um dos primeiros recuos do governo Bolsonaro. Em 18 de janeiro, foi nomeado assessor do MEC, em uma decisão vista à época como "prêmio de consolação".
Defensor das ideias do programa Escola Sem Partido e crítico do que classifica como "ideologia de gênero", Ferreira chegou a chamar os professores brasileiros de "manipuladores".
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