Desembargadora que atacou Marielle também responderá por críticas ao CNJ
O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) decidiu abrir uma nova reclamação disciplinar contra a desembargadora Marília Castro Neves, do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), por críticas ao próprio CNJ e ao líder do MTST (Movimento de Trabalhadores Sem-Teto) Guilherme Boulos.
Já tramita no CNJ uma reclamação disciplinar contra a desembargadora por críticas à vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), assassinada em março de 2018, no Rio de Janeiro.
Nenhum dos casos se tornou ainda um processo disciplinar, que precisa ter a abertura aprovada pelo plenário do CNJ e é quando de fato será analisado se devem ser aplicadas punições administrativas. A reclamação disciplinar é uma etapa processual anterior à abertura do processo disciplinar.
O corregedor do CNJ, Humberto Martins, deu prazo de 15 dias para que a desembargadora apresente sua defesa prévia no novo processo.
Após a receber a resposta, o corregedor deverá decidir se arquiva o procedimento ou submete a plenário a abertura de um processo disciplinar.
A nova reclamação instaurada pelo CNJ vai apurar as críticas da desembargadora ao próprio CNJ e a Guilherme Boulos.
Em publicações nas redes sociais, Neves afirmou que o senador Renan Calheiros (MDB-AL) "manda" no CNJ e no CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), e que "se o Brasil deseja uma justiça íntegra tem que extinguir os dois conselhos petistas".
A desembargadora também republicou em suas redes sociais uma foto de Boulos com os dizeres: "a tristeza no olhar de quem vai ser recebido na bala, depois do decreto do Bolsonaro".
Sobre Marielle, a desembargadora escreveu em suas redes sociais que a vereadora estaria "engajada com bandidos", afirmação que é falsa.
Posteriormente, ela divulgou uma carta em que pediu desculpas pelo comentário.
"Aproveito o ensejo para também me desculpar à memória da vereadora Marielle Franco por ter reproduzido, sem checar a veracidade, informações que circulavam na internet. No afã de rebater insinuações, também sem provas, na rede social de um colega aposentado, de que os autores seriam policiais militares ou soldados do Exército, perdi a oportunidade de permanecer calada. Nesses tempos de fake news temos que ser cuidadosos", escreveu a desembargadora na carta.
A reportagem do UOL tentou entrar em contato com a desembargadora por meio da assessoria de imprensa do TJ-RJ, mas ainda não obteve resposta.
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