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Juventude tucana briga durante convenção nacional do PSDB

Guilherme Mazieiro

Do UOL, em Brasília

31/05/2019 13h03Atualizada em 31/05/2019 15h27

As divisões no PSDB ficaram expostas em um empurra-empurra durante a convenção nacional do partido, realizada hoje em Brasília, e que terminou com a eleição de Bruno Araújo para a presidência do partido. Duas alas da juventude tucana trocaram xingamentos e tiveram que ser separados por seguranças.

A confusão é fruto do racha interno entre os cabeças pretas - aliados a João Doria, que defende um partido que 'desça do muro' pela direita - e lideranças tradicionais, que são mais moderadas ao centro.

Uma das alas, a Ação Popular, ligada ao senador Tasso Jereissati, se desentendeu com o grupo Conexão, vinculado ao governador João Doria. O motivo teria sido porque o grupo Conexão vaiou a sobrinha do senador Tasso, Júlia Jereissati. Ela foi eleita ontem para comandar a juventude nacional do partido.

Alguns integrantes foram retirados do evento por seguranças. Desde o início da convenção, às 10h, os grupos estavam em clima de torcida, com gritos de guerra, tambores e músicas ensaiadas para exaltar o partido.

A confusão aconteceu no auditório, sob os olhos do então presidente da sigla, Geraldo Alckmin, do governador paulista João Doria, e de outras lideranças. O PSDB realizou hoje convenção nacional, que homologou Bruno Araújo como novo presidente do partido.

Participam da convenção o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o ex-senador e presidente do MDB, Romero Jucá. Nos bastidores, há um movimento de que esses partidos tradicionais -- que perderam postos nas eleições - buscam um entendimento para atender às novas demandas da população.

Mudanças no PSDB

Doria efetivou uma mudança no partido anunciada no dia em que foi eleito governador: quem comanda a sigla é quem tem votos. O tucano colocou o apadrinhado Marco Vinholi (ex-deputado estadual) na coordenação estadual da sigla e Bruno Araújo na presidência da Executiva nacional, assumindo o posto de Alckmin.

O partido teve uma queda na representatividade no Congresso nas eleições de 2018. Os tucanos conseguiram 5% dos votos nas eleições presidenciais com Geraldo Alckmin (PSDB), ex-governador de São Paulo.

Panorama tucano:

Senado: eram 11 senadores em 2014, agora são 8

Câmara: eram 54 deputados, agora são 30

Governo Estaduais: fundado em 1988, o PSDB tem três governadores (SP, RS e MS), o menor número desde 1990