Fora de lista, Dodge diz estar "à disposição" para novo mandato na PGR
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, disse que o seu nome está à disposição para eventual recondução no cargo. A declaração foi dada hoje, em São Paulo, após um evento com a presença do governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
Dodge, no entanto, afirmou que não falou com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) sobre o assunto. "Estou à disposição, tanto da minha instituição, quanto do país, para uma eventual recondução. Não sei se isso vai acontecer", disse a procuradora-geral, que encerra o mandato em setembro.
Ela não incluiu seu nome na lista tríplice de candidatos que disputam o cargo que será envida ao presidente. Bolsonaro, porém, não tem a obrigação de escolher um nome da lista, cuja votação é feita pela Associação Nacional dos Procuradores da República. "Essa é uma decisão do próprio presidente", afirmou Dodge.
Questionada, a procuradora-geral negou que esteja fazendo movimentações nos bastidores para ganhar a disputa. "Eu tenho me mantido sem fazer nenhuma movimentação nessa linha", declarou, após participar de um encontro de promotoras e procuradoras sobre questões de gênero, em São Paulo.
Na última quarta-feira, nove candidatos ao cargo participaram de um debate no Rio de Janeiro para defender a importância de se respeitar a lista tríplice. Os candidatos avaliam que será um retrocesso para o País a nomeação de alguém que não esteja entre os candidatos. Bolsonaro já sinalizou que não tem o dever de respeitar a lista.
A lista tríplice foi criada em 2001 e é defendida pelos procuradores como um dos principais instrumentos de autonomia da carreira. Apesar de não ser uma obrigação, o nome mais votado da lista foi o escolhido para assumir a PGR entre 2003 e 2017.
Escolha de Dodge
Dodge foi escolhida procuradora-geral pelo então presidente Michel Temer, mesmo tendo sido a segunda mais votada na eleição para o cargo, em 27 de junho de 2017.
Em votação com 1.108 membros do Ministério Público, o subprocurador-geral Nicolao Dino recebeu 621 votos, seguido por Dodge, com 587, e Mario Bonsaglia, com 564.
Primeira mulher a ser nomeada para a PGR, Dodge assumiu no lugar de Rodrigo Janot, após ser sabatinada na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado e ter seu nome aceito no plenário da casa.
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