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Bolsonaro volta a elogiar Moro e diz que ministro saiu "mais fortalecido"

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

21/06/2019 11h18

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a elogiar o ministro da Justiça, Sergio Moro, e a dizer que ele saiu "mais fortalecido do que entrou" no Senado após participar de uma audiência para explicar diálogos em que ele orienta a investigação de procuradores da Operação Lava Jato. Por lei, magistrados devem ser imparciais e não podem dar conselhos às partes no processo criminal, os réus e os acusadores.

As declarações do presidente foram dadas na manhã de hoje, em Brasília. Para Bolsonaro, o ex-juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba é um "patrimônio nacional". "Acredito que ele saiu muito bem no Senado e saiu mais fortalecido do que entrou", disse o presidente. "E, para mim, é motivo de honra e orgulho tê-lo em meu ministério."

De acordo com ele, é preciso valorizar o histórico do juiz como responsável por julgar os casos de corrupção desvendados pela Lava Jato. "Eu já falei que o Sergio Moro é um patrimônio nacional. É um homem que, no meu entendimento, conseguiu um ponto de inflexão nesse grande mal que assombra o país há décadas, que é questão da corrupção."

Bolsonaro ainda pôs em dúvida se as mensagens divulgadas pelo site The Intercept Brasi teriam sido adulteradas. "Agora, os vazamentos em si, ninguém tem certeza da fidelidade do que está publicado ali. Existe programas hoje que simulam conversas entre aplicativos entre duas pessoas que nunca se viram."

No entanto, como mostrou o UOL, depois de mais de uma semana, nenhum diálogo específico do aplicativo Telegram foi considerado falso ou deturpado por Moro e pelos procuradores. A estratégia deles tem sido evitar comentar o conteúdo das conversas trocadas entre 2015 e 2018.

Colunista diz que procuradora foi afastada após conselho de Moro

Mensagens divulgadas pelo Intercept e registros da 13ª Vara Federal revelados pelo blogueiro do UOL Reinaldo Azevedo mostrariam que uma procuradora da Lava Jato foi afastada após um pedido do ex-juiz. "Sua ação interferiu de maneira evidente até na escalação de procuradores para participar de audiência", postou Reinaldo. As mensagens são de março de 2017. A audiência em que a procuradora Laura Tessler não esteve presente ocorreu em 10 de maio de 2017. O réu era o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No entanto, a força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) afirmou hoje que a informação é "falsa". "A procuradora da República Laura Tessler participou, na manhã de 13/03/2017, de audiência em ação penal em que acusado o ex-ministro Antônio Palocci", lembrou a assessoria da Procuradoria. "Além de seguir realizando a audiência na tarde do mesmo dia, a procuradora participou de todas as subsequentes do caso, nos dias 14/03/2017, 15/03/2017, 21/03/2017, e 22/03/2017."

O MPF negou a substituição da procuradora Laura. As audiências do caso Lula foram feitas por outros dois membros do Ministério Público. "Os procuradores da República Júlio Noronha e Roberson Pozzobon, que participaram em 11/05/2017 do interrogatório de Lula na ação penal sobre o tríplex no Guarujá, foram os mesmos que estiveram presentes nas principais medidas investigatórias do caso em 04/03/2016 (como na oitiva do ex-presidente no aeroporto de Congonhas e na busca no Instituto Lula), na exposição pública do conteúdo da denúncia em 14/09/2016, e em 16 das 18 audiências judiciais do caso realizadas no ano de 2017."

sua ação interferiu de maneira evidente até na escalação de procuradores para participar de audiência da Lava Jato.... - Veja mais em https://reinaldoazevedo.blogosfera.uol.com.br/2019/06/20/inedito-o-que-disse-moro-a-senadores-e-o-que-fez-dallagnol-com-procuradora?utm_campaign=resumo-do-dia-edicao-da-manha&utm_content=hyperlink-texto&utm_medium=email&utm_source=newsletter&cmpid=copiaecola
Dois meses depois, no dia 10 de maio de 2017, o ex-presidente Lula depunha, então, pela primeira vez em Curitiba. Do outro lado da mesa, Sérgio Moro - aquele que, na prática, coordenava a Lava Jato. Não! Laura Tessler não estava presente. Representaram o Ministério Público Federal justamente "Júlio" e "Robinho - respectivamente, Júlio Noronha e Roberson Pozzobon.... - Veja mais em https://reinaldoazevedo.blogosfera.uol.com.br/2019/06/20/inedito-o-que-disse-moro-a-senadores-e-o-que-fez-dallagnol-com-procuradora?utm_campaign=resumo-do-dia-edicao-da-manha&utm_content=hyperlink-texto&utm_medium=email&utm_source=newsletter&cmpid=copiaecola
Dois meses depois, no dia 10 de maio de 2017, o ex-presidente Lula depunha, então, pela primeira vez em Curitiba. Do outro lado da mesa, Sérgio Moro - aquele que, na prática, coordenava a Lava Jato. Não! Laura Tessler não estava presente. Representaram o Ministério Público Federal justamente "Júlio" e "Robinho - respectivamente, Júlio Noronha e Roberson Pozzobon.... - Veja mais em https://reinaldoazevedo.blogosfera.uol.com.br/2019/06/20/inedito-o-que-disse-moro-a-senadores-e-o-que-fez-dallagnol-com-procuradora?utm_campaign=resumo-do-dia-edicao-da-manha&utm_content=hyperlink-texto&utm_medium=email&utm_source=newsletter&cmpid=copiaecola

Em resposta, o Ministério da Justiça disse desconhecer a autenticidade das mensagens atribuídas a Moro divulgadas na primeira leva de reportagens do site às quais as mensagens agora reveladas fazem referência.