Presidência anuncia major da PM como novo ministro da Secretaria-Geral
A Presidência da República anunciou hoje o subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, advogado e major da Polícia Militar do Distrito Federal, Jorge Antonio de Oliveira Francisco, como o novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência.
O ex-titular da pasta, general Floriano Peixoto, foi confirmado como o novo presidente dos Correios. Ele substituirá o também general Juarez Cunha, cuja exoneração foi anunciada em público na semana passada por Bolsonaro. Este afirmou que Cunha teve "comportamento sindicalista" em ida ao Congresso Nacional.
A iniciativa acontece em meio a trocas também no segundo escalão do governo e à divulgação de mensagens vazadas atribuídas ao ministro da Justiça, Sergio Moro, quando juiz federal, e integrantes da Operação Lava Jato, que podem colocar a isenção do ministro em xeque.
Jorge Oliveira, como é conhecido dentro do governo, é amigo da família Bolsonaro há décadas e já atuou como chefe de gabinete de um dos filhos do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). O próprio Jair Bolsonaro ressaltou a amizade afirmando Oliveira ser uma pessoa que o acompanha há 15 anos, além de ter trabalhado com o pai do novo ministro por cerca de 20 anos.
Por enquanto, Oliveira acumulará os cargos de ministro e de subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, informou o próprio ministro em um anúncio inédito de troca de ministros feito por Bolsonaro na manhã de hoje.
Bolsonaro elogiou a atuação do agora ex-ministro Floriano Peixoto à frente da Secretaria-Geral e disse que a nova tarefa é mais uma "missão" no linguajar militar. Ele ainda disse que Peixoto continuará a participar das reuniões ministeriais no Planalto. O militar foi nomeado novo presidente dos Correios.
Questionado sobre a possível privatização dos Correios, Bolsonaro disse depender do Congresso Nacional caso a proposta seja levada adiante, mas não há prazo para tanto. Para o presidente, os Correios precisam recuperar o prestígio começando pela análise de atos passados do fundo de pensão dos funcionários da empresa, Postalis, envolvido em escândalos de corrupção.
Apesar das críticas feitas por Santos Cruz ao governo em entrevista concedida à revista Época, que foi às bancas ontem, Bolsonaro afirmou hoje ter respeito pelo general e ex-ministro, "não ter nada contra para falar" e ter "certeza de que [Santos Cruz] guardará boas lembranças da Presidência".
"Ele pode voltar depois de um tempo para cá, sem problema nenhum. Essas pessoas ficaram e ficarão guardadas no meu coração para sempre", declarou o presidente, que afirmou não estar mais previstas mudanças no primeiro escalão do governo.
Na entrevista à revista Época, o ex-ministro declarou que o governo é um "show de besteiras" e lamentou a "fofocagem desgraçada" na gestão, além de fazer críticas a Olavo de Carvalho, tido como guru de Bolsonaro e com quem Santos Cruz trocou farpas durante sua gestão no ministério.
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