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Punido por 'cinema' na cela, Cabral ficará isolado e sem visitas por um mês

19.jan.2018 - O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB) - Giuliano Gomes/PR Press/Estadão Conteúdo
19.jan.2018 - O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB) Imagem: Giuliano Gomes/PR Press/Estadão Conteúdo

Gabriel Sabóia

Do UOL, no Rio

24/06/2019 17h00

Sérgio Cabral (MDB) não terá visitas, nem contato com os demais detentos do Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste carioca, por um mês. No período, até os banhos de sol do ex-governador do Rio serão isolados de outros presos.

A punição é resultado de um processo disciplinar de 2017, que apurou a instalação de uma cinemateca na cadeia Pública José Frederico Marques, onde Cabral cumpriu parte dos 198 anos e seis meses de prisão pelos quais foi condenado em ações da Operação Lava Jato.

Um ambiente do presídio foi equipado com uma TV de 65 polegadas, home theater e mais de 150 DVDs. Na época, a Secretaria da Administração Penitenciária (Seap) chegou a informar que os aparelhos foram doados pela Igreja Batista do Meier e pela Comunidade Cristã Novo Dia.

Mas o presidente da Igreja Batista do Meier, João Reinaldo Purin Junior, negou a ação. A igreja informou, na época, em nota, que "não autorizou qualquer doação de equipamentos eletrônicos a qualquer complexo penitenciário". Disse ainda que "estava adotando medidas para apurar e disciplinar quaisquer membros envolvidos no episódio ocorrido, que não agiram em nome da igreja".

Depois das negativas de doações e o início da investigação pelo MP (Ministério Público), os equipamentos foram doados para um orfanato do Rio de Janeiro. A apuração apontou que o termo de doação era falso e que a redação havia sido feita dentro do presídio. Um dos pastores das igrejas mencionadas afirmou que foi convencido por Cabral a assinar o documento falso de doação aos demais presos.

Lamborghini de Eike e lancha de Cabral vão a leilão

Um lote de bens apreendidos pela força-tarefa da Operação Lava Jato será leiloado em 4 e 18 de julho na sede da Justiça Federal no Rio de Janeiro, por determinação do juiz federal Marcelo Bretas --responsável pelas ações em primeira instância da Lava Jato no Rio de Janeiro.

Entre os itens que vão a pregão estão a lancha Manhattan Rio, que era do ex-governador, e a Lamborghini Aventador, de propriedade do empresário Eike Batista. O veículo decorava a sala da casa de Eike, no Rio, quando ele figurava entre os homens mais ricos do mundo.

De acordo com o site responsável pelo leilão, o lote a ser arrematado é composto por duas lanchas, duas motos aquáticas, um jet boat, três carros e dois imóveis. No total, os itens somam R$ 12,5 milhões em valor de mercado.

Lamborghini de Eike Batista apreendida pela Lava Jato será leiloada no Rio - Reprodução/Polícia Federal - Reprodução/Polícia Federal
Lamborghini de Eike Batista apreendida pela Lava Jato será leiloada no Rio
Imagem: Reprodução/Polícia Federal

De acordo com o leiloeiro Renato Guedes, responsável pelos lances, o primeiro leilão aceitará propostas iguais ou superiores aos valores de mercado estipulados pelo edital. No segundo leilão, realizado caso o primeiro não tenha lances, serão aceitos valores correspondentes a até 75% dos valores de mercado dos itens.

A lancha de Cabral tem lance inicial de R$ 2,95 milhões. Já a Lamborghini de Eike tem valor estimado de R$ 2,2 milhões. O empresário tem ainda outro bem leiloado: a lancha Spirit Of Brazil, que custará R$ 3,5 milhões.

Também chama a atenção, entre os itens à venda, a fazenda Três Irmãos, de Carlos Miranda, um dos principais operadores financeiros de Cabral identificados pela Lava Jato. O custo dela é de R$ 3 milhões. Os valores arrecadados no leilão serão depositados na Caixa Econômica Federal até o fim dos processos da Lava Jato no Rio.