Tetraplégica, Mara Gabrilli fala sobre tratamento com cannabis medicinal
A senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) defendeu hoje o uso de cannabis medicinal na na Comissão de Direitos Humanos do Senado. Ela é beneficiária de um tratamento com remédios derivados da maconha e questionou Eduardo Girão (Podemos-CE) por tentar barrar a discussão de uma iniciativa popular para regulamentar os medicamentos.
"Todo período que eu fiquei sem THC, que me tratei só com CBD, eu desenvolvi uma epilepsia refratária, senador. Foi o que aconteceu comigo porque eu fiquei sem o THC", disse Mara.
em nota enviada à redação nesta sexta, a assessoria da senadora informou que na verdade a epilepsia foi visceral
"Eu era uma pessoa deitada, que respirava numa máquina, que não falava, que não sentia e que não se mexia. E hoje estou aqui para defender o direito das outras pessoas. Porque eu tenho uma condição financeira que me permite comprar o remédio. O remédio que eu uso é aprovado pela Anvisa, tem 27% de THC e custa R$ 3.000", completou.
Mara quebrou o pescoço há 25 anos e perdeu a maior parte dos movimentos corporais. Ela disse ainda que só conseguiu recuperar a fala, parte dos movimentos e ainda espantar as dores crônicas com remédios à base de maconha.
Girão é a favor de proibir o uso do THC, componente responsável pelo efeito da cannabis, em substâncias medicinais. Após a declaração da senadora, Telmário Mota (PROS-RR) pediu a palavra e afirmou que mudou de opinião sobre a situação.
"Mas eu estou olhando aqui o exemplo vivo da Mara. Eu vou dar um exemplo para o senador Girão entender. Todo remédio tem efeito colateral. O Viagra para uns causa alegria, para outros, mata. Quem somos nós para dizer que esse remédio é bom ou não para os outros?", disse Telmário.
Por fim, o presidente da comissão de Direitos Humanos, Paulo Paim (PT-RS), colocou o projeto em votação e foi aprovado por todos os presentes na comissão, menos Girão. Agora, o projeto que visa regulamentar a cannabis medicinal no Brasil passará a tramitar no Senado.
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