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Bolsonaro me ligou para defender Queiroz, diz Frota em CPI das Fake News

 O deputado federal Alexandre Frota durante sua filiação ao PSDB - Aloisio Mauricio/Fotoarena/Estadão Conteúdo
O deputado federal Alexandre Frota durante sua filiação ao PSDB Imagem: Aloisio Mauricio/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

30/10/2019 15h52

O deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) afirmou hoje que seu ex-aliado Jair Bolsonaro (PSL) saiu em defesa de Fabrício Queiroz, no começo do ano, depois que o parlamentar foi à tribuna da Câmara para pedir a prisão do ex-assessor de um dos filhos do presidente da República, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).

A declaração ocorreu durante reunião da CPMI das Fake News, onde o congressista compareceu nesta tarde para prestar esclarecimentos na condição de convidado.

Frota narrou ter recebido um telefonema de Bolsonaro logo após criticar Queiroz na tribuna. A data da ligação não foi especificada pelo deputado. Nesse dia, o líder do PT, Paulo Pimenta (RS), teria feito uma provocação aos correligionários do presidente.

"Ele apontou para o meio do grupo do PSL e perguntou quem, depois de todas as notícias [do caso Queiroz], vai subir [à tribuna] e pedir a prisão do Queiroz", relatou o tucano. "Como faixa branca", isto é, parlamentar novato e em começo de mandato, "eu subi e pedi a prisão do Queiroz". Na sequência, o telefone tocou. "Era Jair Bolsonaro reclamando que eu teria, no plenário, pedido a prisão do Queiroz".

Frota também contou ter sido abordado por Flávio Bolsonaro no Congresso e ouvido do senador a seguinte frase: "Papai ficou chateado com você".

O deputado foi expulso do PSL depois de ter entrado em rota de colisão com o presidente. Depois, filiou-se ao PSDB a convite do governador de SP, João Doria.

Na visão de Frota, o caso Queiroz ajudou a "desestruturar a base do governo" por ter ocorrido logo no começo da legislatura, meses após o resultado das urnas. Na ocasião, o PSL de Bolsonaro havia despontado com o discurso anticorrupção e antipetista.

"Nós fizemos uma campanha falando que era [o partido] mais ilibado, mais sério, contra a corrupção. E, na primeira semana de legislatura, acontece o caso Queiroz. Com certeza isso perturbou o andamento das nossas estratégias."