Bolsonaro diz para jornalistas não perguntarem sobre desmatamento a ele
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse hoje para jornalistas que não perguntem sobre desmatamento a ele ao ser questionado sobre o assunto.
Segundo ele, as perguntas têm de ser direcionadas ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
"Vocês viam o desmatamento quando a Dilma foi ministra? A Dilma não [alguém não identificado sugere o nome de Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente]. Quando a Marina Silva foi ministra? Vocês viram? Foi recorde o desmatamento, então não pergunte para mim, não", afirmou.
Ao ser novamente questionado sobre o assunto e ser informado de que a imprensa estava perguntando sobre um dado de agora, Bolsonaro continuou a se negar a falar sobre o desmatamento.
"Não, não pergunta não. Pergunta para o Ricardo Salles, que está ali. Conversa com ele", falou.
As declarações foram dadas hoje após reunião do Conselho de Governo, da qual participam diversos ministros, no Palácio da Alvorada e antes de cerimônia de troca da bandeira em frente ao gramado da residência oficial.
O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) informou ontem que o desmatamento anual na Amazônia medido entre 1º de agosto de 2018 a 31 de julho de 2019 é o maior para o período em um intervalo de 10 anos.
O monitoramento anual do desmatamento na Amazônia Legal é o feito pelo Prodes e apontou 9.762 km² de área atingida. O número representa uma alta de 29,5% em relação ao registrado no ano passado. Entre 2017-2018, o desmatamento foi de 7.536 km².
Ainda ontem, o ministro Ricardo Salles disse que o governo estava atento e afirmou, sem dar detalhes, que medidas serão debatidas e anunciadas na próxima quarta-feira (20) em Brasília.
Salles não falou com a imprensa hoje de manhã. Nesta quarta, ele se reunirá com governadores da região amazônica
Ao ser questionado se conversava com Salles sobre o desmatamento, Bolsonaro disse ser "lógico" que sim, mas que não comentaria por serem conversas "reservadas".
"Reservada a conversa. Foi reservada a conversa com ele. Eu não posso conversar reservadamente com o ministro e abrir para vocês aqui. Seria antiético da minha parte", disse.
Indagado se o combate ao desmatamento é um assunto reservado, Bolsonaro afirmou que seria antiético comentar o diálogo.
"Seria antiético, nós não queremos publicidade de nada que fazemos, queremos solução", falou.
Quando perguntado qual é a solução, ele não respondeu.
Em relação à reunião no Palácio da Alvorada, o presidente afirmou ter sido cansativa, embora "excelente" e "momento de a gente redirecionar alguma coisa". Quanto à reforma administrativa, cuja intenção inicial do governo era apresentá-la essa semana, Bolsonaro disse apenas que foi tratada com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
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