Criador da Fundação Palmares sobre novo presidente: "Tristeza e revolta"
Resumo da notícia
- "Estou sentindo um misto de tristeza e revolta", diz criador e primeiro presidente da Fundação Palmares
- Novo chefe da instituição, Sergio Camargo, que disse não haver "racismo real" no Brasil
- "Dizer que o racismo não existe é uma afronta à dignidade das pessoas. Onde está a comunidade negra no Brasil?", questionou Moura
O advogado Carlos Alves de Moura, criador e primeiro presidente da Fundação Palmares, disse sentir "um misto de tristeza e revolta" frente às declarações do novo chefe da instituição, Sergio Camargo, que disse não haver "racismo real" no Brasil.
"Estou sentindo um misto de tristeza e revolta. Tristeza porque não foi brincadeira criar a Fundação Palmares. Revolta em ver que o racismo continua implacável", contou Moura ao O Globo.
"Dizer que o racismo não existe é uma afronta à dignidade das pessoas. Onde está a comunidade negra no Brasil? Está no estamento superior das Forças Armadas, das igrejas? Está na tripulação dos aviões ou varrendo os aeroportos?", questionou ainda.
Moura caracterizou a nomeação de Camargo como parte de uma ação coordenada do governo de Jair Bolsonaro contra as minorias. "Estão destruindo todas as conquistas sociais dos despossuídos. É um movimento contra os povos indígenas, os negros, os trabalhadores", afirmou.
O advogado apontou que o movimento negro precisa se organizar contra essas políticas: "É preciso que nós saiamos às ruas sem violência, de mãos dadas, para dizer um basta. Isso não pode continuar".
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