Bolsonaro vê fala sobre AI-5 como "liberdade de expressão" e defende Guedes
Jair Bolsonaro (sem partido) comentou hoje as falas do ministro Paulo Guedes e do filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), deputado federal, sobre a possibilidade de um "novo AI-5". O presidente da República disse que os dois não estavam falando sobre movimentos sociais reivindicatórios, que vê como "legítimos", mas sobre a hipótese do que chama de "terrorismo".
"Eu entendo isso como liberdade de expressão, nada mais além disso. O fato de citar o AI-5, coisa que existia na questão passada, eu não vejo nada demais. O Paulo Guedes e o Eduardo citaram em um contexto de descambar o Brasil... Não nos movimentos sociais e reivindicatórios, mas no sentido do terrorismo", disse ele, em entrevista concedida hoje à "Record TV".
"Não vejo sentido em colocar tanta pressão neste sentido. Não vejo conduta antidemocrática da nossa parte. Pediram até a cabeça do Paulo Guedes para mim quando ele falou no contexto do Brasil descambar em movimentos que passavam ao largo de movimentos reivindicatórios, algo que é legítimo da população. Paulo Guedes está firme, sem problema nenhum", completou.
Em seguida, o presidente negou que seu governo possa tentar cassar direitos da população em casos de manifestações populares. "De jeito nenhum. Se quiser cassar direito, tem de passar pelo parlamento. Isso não existe. Está indo muito bem o governo, em especial na área econômica. Os que pedem a cabeça do Paulo Guedes [o fazem] com o objetivo de nos desestruturar na questão econômica, que está indo muito bem", exaltou.
Quanto à decisão de cancelar assinatura de alguns veículos de mídia, como o jornal Folha de S.Paulo, que foi excluído de uma licitação da presidência, Bolsonaro foi questionado se esta medida não poderia ser considerada "antidemocrática".
"Tem revista como a Carta Capital, que, com todo o respeito, não dá para ler isso aí. Não é justo gastar dinheiro público com esse tipo de imprensa. A revista IstoÉ está indo pelo mesmo caminho. Para a Folha de S.Paulo, as eleições ainda não acabaram. Se isso ferir qualquer norma ética ou legal, a gente volta atrás. Mas a gente vai reduzir esta despesa sem ideia de perseguição", respondeu.
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