Investigação sobre Flávio Bolsonaro será retomada pelo MP após suspensão
A investigação contra o senador Flávio Bolsonaro (sem partido), que apura lavagem de dinheiro e peculato, será retomada. A decisão foi tomada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.
A apuração do caso, que envolve Fabrício Queiroz, ex-assessor do filho do presidente Jair Bolsonaro, estava suspensa desde julho e aguardava uma decisão do Supremo Tribunal Federal.
O imbróglio se deu em relação à legalidade de repasses de informações sigilosas por órgãos como o antigo Coaf e a Receita Federal com o MP sem autorização judicial.
O Supremo considerou legal o envio de dados, com a ressalva de que seja feito somente por comunicações formais, sob sigilo e com a possibilidade de fiscalização posterior da Justiça sobre eventuais irregularidades.
Em comunicado, a Promotoria informou que sempre fez uso de canais oficiais para pedir a produção de relatórios do Coaf - atualmente denominado UIF (Unidade de Inteligência Financeira).
Pelo menos outras 935 investigações do MPF (Ministério Público Federal) também ficaram paralisadas, à época, com a decisão de presidente do Supremo, Dias Toffoli.
O caso Flávio Bolsonaro
Filho do presidente Bolsonaro, Flávio está sendo investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por suspeitas de crimes como peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A investigação teve origem em relatórios produzidos pelo Coaf que identificaram movimentações atípicas na conta bancária de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio. O relatório apontou uma movimentação de R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz.
As operações se davam em depósitos e saques em dinheiro, o que chamou a atenção dos promotores do MP-RJ.
A principal suspeita dos investigadores é da prática da "rachadinha", como ficou popularmente conhecido o desvio pelo parlamentar de parte do salário dos funcionários de seu gabinete.
Em abril, a Justiça autorizou a quebra de sigilo fiscal e bancário do senador e de Queiroz, mas a defesa de Flávio alega que o MP-RJ teve acesso a seus dados financeiros há mais de um ano, quando a investigação começou.
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